Bruno Freitas
@viuitauna
Em um resultado surpreendente, o até então vereador de oposição Alexandre Campos (MDB) fechou com o grupo do prefeito Neider Moreira (PSD), e na tarde desta quarta-feira (19), venceu por 9 votos a 8 a polêmica eleição da Mesa Diretora da Câmara. Hudson Bernardes (PSC) retirou a chapa e compôs a vice-presidência do biênio 2019/2020 com Lacimar Cezário, o Três (PSL), como secretário. O grupo governista concorreu com Joel Arruda (PSD), que já havia lançado a chapa na semana passada, Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (PP), e o ex-prefeito Antônio de Miranda, o Toinzinho (PHS). Ainda ontem, Gláucia Santiago (PSB) já havia retirado o nome da disputa.
A chapa vitoriosa foi costurada na noite desta terça-feira (18), depois de uma reunião plenária em clima de tensão, vaias, reações populares e a presença da Polícia Militar, após a repercussão da denúncia de compra de votos contra o vereador Alex Arthur, (PSDB), o Lequinho, alvo de operação do Ministério Público na manhã de hoje.
DISCURSO DE UNIÃO Um dos maiores opositores à Neider nos dois primeiros anos de governo, Alexandre agora prega o discurso de união e governabilidade em Itaúna. O jovem político, que esteve à frente da Fundação Educativa e Cultural São Francisco, entidade mantenedora da Santana FM, afirma ter uma boa convivência com o prefeito e a oposição e por isso considerou o seu nome como o ideal para acabar com a divisão que existe na Câmara. “Coloquei o meu nome à disposição para o bem comum da cidade e da população. Vivemos momentos difíceis na Câmara nos últimos dias. Acho que a partir de agora o dia a dia no Legislativo vai ficar mais tranquilo”, visualiza Alexandre.
Perguntado pelo @viuitauna sobre a forte atuação da oposição nos dois primeiros anos de governo, Alexandre diz que o diálogo com o grupo continua. Alexandre garante ter pedidos votos para os dois lados. “Aqui é uma casa aberta a todas as bandeiras e ideologias. Temos aqui 17 bons vereadores que trabalham no dia a dia para o nosso município. Acredito que a oposição terá o seu papel importante. Mas não podemos deixar de dar governabilidade ao Executivo, principalmente com a crise financeira que o estado de Minas Gerais vive”, aponta.
QUESTÃO DE SEGURANÇA Depois de uma eleição bastante conturbada, com o primeiro pleito em 19 de novembro anulado pela Justiça, o atual presidente da casa, Márcio Gonçalves Pinto, o Marcinho Hakuna (PSL), considera que a eleição de Alexandre pode ser uma forma de reaglutinar a Câmara. Segundo Marcinho, o adiamento da nova eleição foi por uma questão de segurança.
“Inicialmente estamos aqui para cumprir as determinações judiciais. Se a Justiça entendeu que houve qualquer tipo de entrave no processo, e julgou que precisávamos fazer um outro, assim o fizemos. O adiamento (da nova eleição da Mesa) foi por uma questão de segurança. Tão logo conseguimos estabelecer a ordem, fizemos a convocação. Acho que o Alexandre é um nome muito bom, por que já mostrou uma conduta lisa, séria no plenário e conversando preliminarmente com ele, ele disse que vai manter todas as iniciativas que conquistamos na Câmara nos últimos dois anos (ponto eletrônico, rastreador nos carros oficiais, cumprimento do TAC, instalação de elevador, dentre outros). Até por ele ter vindo de um lado que chamam de opositor, talvez essa seja a forma de reaglutinar. Vejo isso com bons olhos”.
EMBATES COM ALEXANDRE Sobre os vários embates que teve com Alexandre nas reuniões plenárias do primeiro biênio, Hakuna alega que foram apenas questões envolvendo o Regimento Interno da casa. “Nossos embates na verdade nunca foram de opositores, foram sempre relacionados a questões regimentais. São questões pré-estabelecidas. Não de posicionamento político, jamais. O interesse do Alexandre e o meu é uma Itaúna muito melhor”, conclui.
SAIBA MAIS
Confira o resultado da votação:
CHAPA ALEXANDRE
Alexandre Campos (MDB)
Anselmo Fabiano (PHS)
Antônio José de Faria, o Da Lua (PSDB)
Hudson Bernardes (PSC)
Iago Souza Santiago, o Pranchana Jack (Avante)
Lacimar Cezário, o Três (PSL)
Lucimar Nunes Nogueira, o Lucinho de Santanense (PSB)
Márcio Gonçalves Pinto, o Marcinho Hakuna (PSL)
Silvano Gomes Pinheiro, o Silvano do Córrego do Soldado (PHS)
CHAPA JOEL
Alex Arthur, o Lequinho (PSDB)
Antônio de Miranda, o Toinzinho (PHS)
Joel Arruda (PSD)
Gleison Fernandes de Faria, o Gleisinho (PSDB)
Giordane Alberto (PMDB)
Gláucia Santiago (PSB)
Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (PP)
Otacília Barbosa (PV)