Neider: Itaúna vive hoje uma situação diferenciada do ponto de vista administrativo

Bruno Freitas
@viuitauna

Em uma cena atípica em relação aos dois primeiros anos do atual mandato Legislativo, a cerimônia de posse da nova Mesa Diretora da Câmara, na tarde desta quarta-feira (2), foi bastante prestigiada por membros do Poder Executivo de Itaúna. Estiveram presentes o prefeito Neider Moreira (PSD), o vice Fernando Franco, além dos secretários de Administração, Dalton Nogueira, de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Diógenes Vilela, de Regulação Urbana, Paulo de Tarso, e o chefe de gabinete, Valter Amaral, além do staff da comunicação e membros do primeiro escalão da Prefeitura de Itaúna.

Durante a solenidade, Neider utilizou a Tribuna para discursar sobre projetos em andamento na cidade, como a conclusão das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o manejo do Córrego do Sumidouro, na Av. Jove Soares, e a necessidade da reforma da ponte da estrada de acesso ao Distrito Industrial, para o escoamento da produção das empresas instaladas na região.

Neider utilizou a Tribuna para falar sobre projetos executados pela Prefeitura

Em entrevista ao @viuitauna, o prefeito de Itaúna disse que Itaúna vive hoje uma situação diferenciada do ponto de vista administrativo, mesmo diante da crise que o Estado de Minas Gerais vive, e prometeu uma maior proximidade do Executivo com o Legislativo em 2019 e 2020, com “mais tempo para fazer política”. Neider teceu ainda duras críticas à oposição, afirmando que é preciso considerar o momento atual e fundamentar críticas construtivas para os problemas de Itaúna. Confira a entrevista:

Nos dois primeiros anos do Legislativo houve muitas críticas ao governo, principalmente por parte da oposição, sobre a presença do governo na Câmara e o consequente diálogo. Hoje, na cerimônia de posse da nova Mesa, vemos a presença de vários representantes da Prefeitura. O senhor apresentou (na Tribuna) projetos que vem sendo executados. A partir de agora, a Prefeitura, o secretariado, o primeiro escalão, estarão mais presentes na Câmara? O que muda daqui em diante?
Na verdade, esses dois primeiros anos foram de profundas transformações administrativas que eram difíceis de serem feitas, mas absolutamente necessárias. Não foi por outro motivo que conseguimos encerrar o ano (2018) bem. Tendo uma condição de pagar o 13° integralmente, fazer o adiantamento do mês de dezembro, com todas as questões em dia. Se não tivéssemos feito essas transformações, naturalmente não teríamos conseguido como a maioria das cidades não conseguiu. Itaúna vive hoje uma situação diferenciada do ponto de vista administrativo.

E agora sim, é um momento em que a gente pode estar mais presente no dia a dia do Legislativo também. Evidentemente que queremos conversar sobre cada um dos projetos enviados para cá. De maneira a esclarecer pontos que possam gerar dúvidas, possam de alguma maneira impactar um setor ou outro, de maneira inclusiva e poder incorporar sugestões do Legislativo dentro desses projetos e propostas. Então evidentemente, agora teremos mais tempo para fazer política.

Alex Arthur, o Lequinho (PSDB), foi o único vereador de oposição a acompanhar a posse

Passados esses dois primeiros anos que, repito, foram extremamente difíceis. 2018 foi o ano mais difícil que vivi na vida pública em função dos recorrentes atrasos e apropriações indébitas feitas pelo governo do Estado, que resulta hoje numa dívida de R$ 25 milhões. Imagine o quanto foi difícil fechar esse ano? Você perder R$ 2 milhões a cada mês na sua receita e ter o mesmo custo fixo. Se não tivéssemos feito esse ajuste administrativo e fiscal, cortando a própria carne, jamais teríamos conseguido encerrar o ano da maneira como encerramos e com projetos extremamente significativos em andamento, para a cidade.

O vice-prefeito Fernando Franco disse há pouco que (após a conturbada eleição da Mesa) é necessário juntar os cacos na Câmara. Como a Prefeitura, como parte desse novo grupo que assumiu, pode ajudar a executar esse pensamento, em prol da cidade?
Exatamente tendo essa relação mais próxima, fazendo política. A gente pode auxiliar nesse contexto e mais do que nunca, é importante, e acho que isso ficou claro para a oposição também, que não adianta fazer oposição de maneira cega. É preciso argumentação para poder fundamentar críticas. Não adianta simplesmente fazer a crítica sem existir uma base sólida de argumentação. Enquanto nós estamos trabalhando e construindo uma realidade melhor para o município, não tenho a menor dúvida disso, é preciso que as pessoas incorporem críticas construtivas. E não pensando em se autopromover para poder tirar algum dividendo político disso.

Falta engajamento de outros setores da sociedade para ajudar a construir o desenvolvimento da cidade?
Acho que Itaúna é uma cidade muito solidária. A impressão que eu tenho é de que as pessoas estão preocupadas de fato com o que se passa e o que se pretende fazer para construir um futuro melhor. Dentro desse contexto, esse grupo mais radical da oposição precisa compreender o momento que vivemos, as dificuldades que o país vive do ponto de vista econômico, as dificuldades fiscais que o Estado impõe ao município nesse momento e procurar ser solidário na construção de políticas públicas que de fato melhorem a vida do cidadão.

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