Bruno Freitas
@viuitauna
Problema social agravado pela crise econômica, a população em situação de vulnerabilidade nas ruas de Itaúna tem diminuído nos últimos meses. Dados atualizados da comunidade católica local reportados à Secretaria Municipal de Assistência Social apontam aproximadamente 35 sem teto na cidade, número que já chegou a 70 pessoas. Apesar do trabalho de acolhimento e orientação do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que em breve inaugurará sede própria no bairro de Lourdes, muitas dessas pessoas não conseguem largar a vida nas ruas. Parcela considerável é dependente de álcool e drogas, o que agrava o problema, de acordo com o secretário Élvio Marques.
“Eles mesmo pedem, passam pela assistente social, e ali fazemos a triagem e o encaminhamento. Mas é preciso fazer uma ressalva. É uma população difícil. Eles entram, saem, vão e voltam. Mas temos estudado a questão e os números tem diminuído nos últimos meses”, afirma Marques.
Segundo o secretário, além do CREAS, a população de rua tem à disposição o Albergue Bezerra de Menezes, a Casa Azul, que oferece café, almoço, banho e café da tarde, além das comunidades terapêuticas, que os acolhe na luta contra as drogas – dentre elas, o crack. O secretário de Assistência Social ressalta que Itaúna necessita entender o acolhimento dessas pessoas. “Existem pessoas vulneráveis e temos de acolhê-las de alguma forma. Disponibilizamos no CREAS a passagem e a orientação para quem quer sair de Itaúna. Se eles desejam ser internados ou hospedados em algum dos nossos equipamentos sociais, o CREAS consegue a vaga e os dirige. O papel do CREAS não é de abrigamento”, ressalta.
QUESTÃO INSOLÚVEL
Superintendente de uma comunidade terapêutica em Itaúna, Marcílio de Assis afirma que a população de rua é uma questão insolúvel. Assis sugere a adoção de políticas públicas que fortaleçam o vínculo das pessoas em situação de vulnerabilidade ou as destinem à um novo meio de vida. 4% da população mundial, afirma Assis, vive nessas condições. “É muita gente. Ocorre no mundo inteiro e não tem como proibir, porque a pessoa tem o livre acesso de ir e vir”.
Sobre as ameaças e a dependência do crack, Assis afirma que a abordagem é uma forma de intimidação, mas faz parte da situação. “As ameaças são uma maneira até de intimidar. Faz parte da situação de rua e da dependência química. O que temos de fazer é uma ação para que acordamos. Se você quer ajudar, dê amor. Eles são doentes. Eles não são marginais. Algumas pessoas utilizam os moradores de rua até para localizar drogas. Eles se tornam aviõezinhos nesse momento. É uma situação incontrolável”, diz.
NOVA SEDE DO CREAS
Unidade pública que atende famílias e pessoas em situação de risco social ou que tiveram os direitos violados, o CREAS funciona em imóvel alugado, no Centro. Uma nova sede é construída na Praça Vereador Antônio Italiano, no Lourdes, e a previsão de entrega é até julho. O valor total da obra é de R$ 350 mil, com recursos do município e emenda parlamentar do deputado federal paraminense Eduardo Barbosa (PSDB).
Saiba mais:
Carro próprio para o Conselho Tutelar
Na tarde desta sexta-feira (5), o prefeito Neider Moreira (PSD), o secretário Élvio Marques e o ex-deputado federal Jaiminho Martins fizeram a entrega de um carro ao Conselho Tutelar. O veículo, adquirido por meio de emenda do ex-parlamentar, será utilizado nas demandas diárias dos cinco conselheiros do órgão, que em breve terá nova sede, mais ampla, na região central. Entre as principais demandas do Conselho estão problemas de evasão escolar, drogas, feminicídio e pedofilia. “Queremos para os próximos meses uma nova sede, maior e que atenda melhor aos usuários. Mas o serviço é muito grande. Estamos procurando (o local)”, afirma Élvio.