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Menos de dois anos depois de um período de seca prolongada, o nível da Barragem do Benfica, um dos reservatórios responsáveis pelo abastecimento de água potável de Itaúna, junto com a Barragem Velha, voltou a baixar, preocupando moradores da cidade. A redução já teria chegado a 6 centímetros por dia – três vezes mais do que em 2017 (leia mais a seguir). Em todo o espelho d´água o esvaziamento é visível, conforme apontam imagens feitas pelo @viuitauna neste sábado (27). Fontes da Companhia Industrial Itaunense e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) ouvidas pelo jornal Folha do Povo, por outro lado, garantem que não há risco de a cidade ficar sem água. O nível mínimo do reservatório estipulado para geração de energia é de 12 metros.
Contrato firmado entre a Itaunense e um consórcio de empresas de Curitiba (PR), aponta o jornal, propõe a modernização das usinas existentes no local para que se possa produzir “o máximo de energia com o mínimo de uso de água”, declarou um dos representantes da empresa.
A Itaunense é responsável pela vazão entre as barragens, conectadas à captação do SAAE a partir da Barragem Velha, por meio de canal aberto, em sistema de gravidade.
Em setembro de 2017, o nível da Barragem do Benfica chegou a 12,62 metros – quase a metade do nível máximo de 21,30m –, conforme reportagem da Santana FM. Na ocasião, quando não chovia forte em Itaúna desde junho daquele ano, o gerente da Itaunense, Valdir Fonseca, alertou que caso o sistema de reservatórios, captação e abastecimento de água de Itaúna não fosse modernizado, haveria risco de se faltar água na cidade.
“Creio que sim (pode faltar água) porque essa captação é uma coisa muito antiga. A maioria das pessoas passa pela Barragem Velha e vê que ela está sempre cheia. Mas por que? Porque a gente solta a água do Barragem do Benfica para que ela dê um nível para que não falte água. A água (que abastece o SAAE e Itaúna) vem por canal aberto e sempre com perda d´água nos canais, porque são canais abertos construídos em alvenaria. Há trincas”, alertou o diretor da Itaunense.
Na ocasião, mesmo com a geração de energia paralisada, a vazão baixava cerca de 2 cm a cada 24h, segundo a empresa.
MONITORAMENTO Dessa vez representantes ouvidos pela Folha garantiram que a geração de energia no local é monitorada para que o nível mínimo de 12 metros do espelho d’água não seja ultrapassado. De acordo com o representante da Itaunense, o objetivo do contrato firmado com o consórcio é utilizar os recursos auferidos com a geração de energia para cobrir os custos de reforma das usinas, além de gerar retorno à empresa.
A gerência técnica do SAAE afirmou à Folha que a possibilidade de desabastecimento de água em Itaúna é um mito. “Não há riscos. Estamos atentos e garantimos que está tudo sendo monitorado e dentro dos padrões estabelecidos”, finalizou.