Usiminas obtém licença para filtrar rejeitos em Itatiaiuçu; investimentos de R$ 160 milhões têm perspectivas de 400 novos empregos

@viuitauna

A Mineração Usiminas (Musa) obteve na última segunda-feira (1º) a licença do Estado para filtrar rejeitos de minério em uma nova planta em Itatiaiuçu. O sistema, chamado de Dry Stacking, dará fim ao ciclo de uso das barragens – já desativadas no município vizinho, após as tragédias de Brumadinho e Mariana. O licenciamento foi protocolado junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) em junho de 2018. A empresa é um dos primeiros grandes empreendimentos do gênero no país a utilizar o processo.

Sob investimentos de R$ 160 milhões, R$ 20 milhões a mais do que o previsto há dois anos, a mineradora construirá uma nova planta de filtragem, estruturas de conexão e uma área que receberá os rejeitos, formando uma pilha, além do transporte do material entre os dois pontos.

A pilha de rejeitos ficará acumulda entre as minas Oeste e Central. As operações estão previstas para fevereiro de 2021 e a expectativa é gerar cerca de 400 empregos diretos e indiretos, com oportunidades que serão, prioritariamente, ofertadas na região de Itatiaiuçu a partir do começo das obras.

USIMINAS NA REGIÃO

  • 3 minas (Central, Oeste e Leste)
  • 2 em operação
  • 2,5 mil colaboradores em Itatiaiuçu

PROJETO A planta de filtragem é resultado de um trabalho iniciado em 2016, com os primeiros estudos para alinhamento das operações da Mineração Usiminas à novas tecnologias e padrões. Entre os ganhos ambientais do empilhamento a seco de rejeito estão, além de eliminar a necessidade de novas barragens, melhor reaproveitamento da água utilizada no processo e menor área de disposição.

Parte da água que fica retida junto com o rejeito no reservatório da barragem, passará a recircular diretamente para a planta, de acordo com a mineradora, uma vez que o sistema de filtragem aumentará a concentração de sólidos no rejeito final dos atuais 45% para aproximadamente 88%. A medida que é formada, a pilha será simultaneamente revegetada para fins ambientais e geotécnicos. A nova metodologia apresenta ainda maior vida útil da estrutura, bem como oferece maior controle e estabilidade das estruturas de disposição.

“Parte da água que terminava seguindo para as barragens junto com os rejeitos, agora será drenada e recirculada, reduzindo a necessidade de captação em poços ou rios”, aponta o diretor presidente da Mineração Usiminas, Carlos Hector Rezzonico.

Mineradora opera duas minas em Itatiaiuçu, além de uma terceira em Mateus Leme, com perspectiva de retomada.

PERFIL Joint venture firmada em 2010 a partir de uma parceria com o grupo japonês Sumitomo Corporation, a Mineração Usiminas tem capacidade para produzir até 12 milhões de toneladas de minério por ano, de acordo com o site da empresa.

Entre os tipos de minério produzidos estão granulado ou lump ore, de maior tamanho e usado diretamente em alto-fornos para produção de ferro gusa; sinter feed, um tipo de minério mais fino; e o pellet feed, comumente misturado ao sinter feed ou ao processo de pelotização, transformando o fino de minério em pelotas que serão carga nas siderúrgicas.

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