Desaceleração do mercado altera ritmo dos investimentos da Belgo Mineira Bekaert em Itaúna

@viuitauna

A preocupação da matriz da Bekaert na Bélgica com a COVID-19 no Brasil alterou o cronograma de investimentos da planta de Itaúna até 2021. Durante teleconferência, o diretor financeiro (CFO) do grupo, Taoufiq Boussaid, disse que não vê potencial de recuperação do mercado local no segundo semestre. Bekaert e ArcelorMittal operam dez fábricas no Brasil, dentre as quais a Belgo Mineira Bekaert Artefatos de Arame Ltda (BMB), com unidades em Itaúna, Vespasiano (MG) e Sumaré (SP).

De acordo com informações publicadas pelo European Rubber Journal, Boussaid apontou uma queda na demanda de produtos de borracha de até 60% nos seis primeiros meses do ano, comparado a 2019, seguindo uma “forte desaceleração”. Questionada pelo @viuitauna desde 20 de agosto, a Belgo Bekaert retornou nesta quinta-feira (10), por meio de sua assessoria de imprensa, admitindo uma diminuição no ritmo dos investimentos previstos em Itaúna em função da pandemia.

Ao avaliar o impacto da pandemia no Brasil, Boussaid disse que a cartela de pedidos foi impactada principalmente por paralisações no segmento de construção, em que há forte demanda de pneus fora-de-estrada. “Infelizmente, da forma como está agora, para o segundo semestre, não vemos uma grande melhora ou estabilização vindas do Brasil”, afirmou a analistas.

Em 2018, a BMB lançou um plano de expansão de três anos em uma tentativa de ganhar participação de mercado no Brasil. Os projetos incluem investimentos de US$ 33 milhões na fábrica de Itaúna, aumentando a capacidade de produção de steel cord – cabos de aço para reforço de pneus – em 35%.

TRANSFERÊNCIA DE LINHA DE PRODUÇÃO Em julho do ano passado, a multinacional também anunciou a transferência da linha de produção de arames de amarração de pneus de Osasco (SP) para Itaúna, conforme mostrou o @viuitauna. Na ocasião, o prefeito Neider Moreira (PSD) afirmou que o novo investimento tinha perspectiva de 120 novos empregos diretos e faturamento de R$ 200 milhões à cidade. Em contrapartida, o Município forneceu a terraplenagem do terreno à empresa.

O plano de expansão da BMB previa a instalação de uma nova linha de latonagem – cobertura do arame com camada de latão –, máquinas de trefilação e cablagem, além da montagem da infraestrutura no complexo industrial situado na MG-050, na zona rural de Itaúna.

OUTRO LADO A reportagem procurou a Prefeitura nesta sexta-feira (4), mas não obteve resposta. Segundo a empresa, a conclusão dos aportes previstos para Itaúna seguirá a demanda de mercado.

“A Belgo Bekaert informa que avalia continuamente as condições do mercado de cabos de aço para reforço de pneus, principalmente ante o cenário incerto provocado pela pandemia de COVID-19. Os investimentos previstos para a planta industrial de Itaúna têm sido realizados, apesar de um ritmo mais lento. A empresa monitora a demanda do segmento para então concluir os investimentos de expansão de capacidade na velocidade e no tempo mais adequados ao negócio”, afirma, em nota.

Matéria atualizada às 10h23 de 10/9/2020 com novas informações

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