Bruno Freitas
@viuitauna
Com a saída de Giordane Alberto (PV) em janeiro, o pastor e empresário Kaio Guimarães (PSC), eleito com 651 votos, passa a ser o representante mais próximo da bancada evangélica na Câmara. Defensor de políticas anticorrupção, em meio aos escândalos do Poder Legislativo, o novo vereador acumula experiência como ex-engenheiro da Secretaria Muncipal de Infraestrutura e Serviços, sendo contra a dispensa de licitação de asfalto, denunciada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Sua experiência, aponta, poderá colaborar na otimização da coisa pública. Entre as propostas do futuro parlamentar está um projeto de lei que pretende apresentar já no início de 2021 para inviabilizar fraudes em obras. “Como engenheiro civil tenho expertise para trazer uma fiscalização eficiente”, diz.
Kaio Guimarães afirma ainda ser necessário propor projetos de fomento ao emprego em Itaúna, em meio a uma nova crise desencadeada pela COVID-19. Confira a entrevista ao @viuitauna:
Você atuou no atual governo. Como esta experiência poderá somar na Câmara?
Trabalhei no governo, tendo uma experiência na gestão pública, mas também tenho experiência na administração privada, em relação às minhas empresas. Quero unir estas duas linhas de pensamento para trazer uma otimização à aquilo que acho muito moroso no segmento público. Esbarrei nisso enquanto estive engenheiro na (Secretaria de) Infraestrutura. Com a fiscalização eficiente no Poder Legislativo, acredito que a gente consiga otimizar a gestão pública no Poder Executivo também.
Qual a sua visão do Legislativo hoje, em Itaúna?
Acredito que com estas novos nomes que chegaram, teremos pessoas boas, eficientes, que querem trabalhar. Podemos esbarrar, às vezes, nas mesmas condutas das eleições passadas, de uma velha política. Mas acredito que o caminho é outro, de pessoas que querem fazer diferente, querendo transformar a gestão pública da nossa cidade. Quero me aproximar de pessoas boas, para que possamos trabalhar em unidade por Itaúna.
Giordane Alberto não foi eleito por ser mais novo que Dr. Fares (PV). Assim como ele você é próximo dos evangélicos. Como será esta relação na política?
Uma pena o vereador não ter sido reeleito, acredito que trabalharíamos juntos ali. Pretendo continuar meus ideais, não abdico deles, mas é melhor que aproximemos das outras pessoas em função daquilo que temos em comum. Em vez de segmentarmos a população. Quero trabalhar abrindo esta linha. Caso chegue algo que tenha de tomar uma posição, não tenho receio a isso.
Quais são os seus projetos prioritários a partir de janeiro?
O cerne da minha campanha foi o seguro da garantia anti-corrupção. É o primeiro que queremos implementar. Uma suplementação da lei 8666, que inviabiliza fraude em obra de licitação pública. Como engenheiro civil tenho expertise para trazer uma fiscalização eficiente. É o primordial dentro da nossa legislatura.
A que você atribui a demora na conclusão de determinadas obras em Itaúna, como o Centro Administrativo e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)?
É histórico não somente em Itaúna, como em todo o Brasil, ter essas demoras para poder executar as obras. Acredito que a insciência e a morosidade do poder público fazem com que chegue desta forma. Com este projeto de lei que propomos, é justamente uma otimização disso. Inviabilizando desvios de recursos e fazendo com que as obras sejam entregues nos tempos determinados pela licitação. O seguro garantia aborda isso tudo. É uma tese de mestrado. Então é algo muito bem embasado e estruturado. Aprovando ele, com a ajuda de outros vereadores, é claro, sei que vamos fazer uma transformação em relação à execução de obras na nossa cidade.
Com o fim do auxílio emergencial, há o receio de uma crise social em meio à COVID-19. O que pode ser feito em Itaúna neste cenário?
Nós precisamos de projetos de fomento à emprego. É interessante um novo distrito (industrial), caso o Executivo queira fazê-lo e tentar atrair novas indústrias, facilitando a questão de impostos, inclusive as já existentes, sendo beneficiadas. Fazendo isso vamos tentar trazer uma estabilidade econômica para dentro da cidade. É um trabalho harmônico entre o Legislativo e o Executivo.
