Bruno Freitas
@viuitauna
Eleito pelo PSC com 552 votos, Aristides Ribeiro de Carvalho Filho, o Tidinho, é ex-jogador do Guarani de Divinópolis e ex-cantor sertanejo, revela, embora seja mais conhecido pela atuação no comércio. Um dos nove novos vereadores que assumirão na Câmara Municipal em 1° de janeiro, o futuro parlamentar afirma que a população está mais consciente sobre política, cobrando mais. “As pessoas estão procurando uma renovação”, avalia.
Apontando Itaúna como do “cenário político”, Tidinho diz que não deixará a corrupção manchar novamente a imagem do Poder Legislativo. “O que for bom para o povo, eu vou votar. O que não for bom, eu não vou votar. Dinheiro público tem custo para todo mundo”. Para ele, a cidade cresceu e várias demandas, como a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), tem de acompanhar o desenvolvimento do município. Confira a entrevista ao @viuitauna:
Você disputou as eleições em 2012. Qual foi a grande diferença neste ano?
Em 2012 não havia pandemia, era mais fácil de chegar ao público eleitor. Em 2020 tivemos esta dificuldade, mas usando mais as redes sociais.
A população está mais consciente em relação à política, cobrando e fiscalizando mais?
Com certeza. Andei pela cidade na campanha e as pessoas estão cobrando mais. O povo está acompanhando a política. Tivemos uma grande renovação com nove novos nomes na Câmara. As pessoas estão procurando uma renovação. E tem de acompanhar mesmo. O voto é a força maior do ser humano.
Sua trajetória passa pelo Guarani de Divinópolis, como ex-jogador, além do comércio. Qual visão você tem de Itaúna hoje?
Itaúna cresceu muito. Temos de acompanhar várias demandas, de creches, área da saúde, que é um caos no mundo inteiro. Marcar uma consulta para uma pessoa idosa, mais rápido, para não pegar fila. Temos de incentivar o esporte, que tem sido bem trabalhado em Itaúna, mas há coisas que se pode acrescentar. Há escolas de jiu-jitsu, taekwondo. Valorizar não só o futebol. Todos os segmentos precisam ser abrangidos.
No seu ponto de vista, é viável construir uma UPA em Itaúna? Trazer jogos de futebol de grandes clubes mineiros, também?
Já tivemos pré-temporadas do América e do Atlético. Temos de trazer de volta. Itaúna é uma cidade acolhedora e a UPA é de fato fundamental, importante: já passou da hora, a cidade não suporta mais. Só o hospital? Nós temos quase 100 mil habitantes. A UPA vai desafogar o Pronto Atendimento 24h e é um caso de urgência. Temos de buscar recursos. Se não tem dinheiro, há verbas estaduais e federais.
O Poder Legislativo está desgastado por uma série de denúncias de corrupção. Como recuperar a credibilidade junto à população?
Isso que passou vamos deixar para o Ministério Público. Agora, a nova Câmara, os novos vereadores, não vamos deixar manchar. Itaúna sempre foi do cenário político. Tivemos o Marcos Lima, quantos mandatos como deputado federal. Nunca manchou o nome da cidade de Itaúna. Vamos deixar uma Câmara manchar? Não. Vamos passar a limpo e fazer uma política do bem.
Nas caminhadas nas ruas, quais foram os principais pedidos que você ouviu da população?
Hoje se fala muito de creches. Muitas mães me paravam e pediam: Tidinho, me ajuda. Tenho de colocar o filho na creche para ajudar o meu marido, só ele trabalhando, não damos conta. Depois vem a saúde. Quantas vezes eu ouço: não dou conta nem de marcar uma consulta no posto de saúde. Tem de acabar com isso, gente. Na cultura, quantas vezes ouvi de cantor dizendo que não tem um espaço para fazer um showzinho, enquanto eu cantei música sertaneja, já fiz parte de uma banda. Pará de Minas, Divinópolis e Nova Serrana tem espaço para os artistas. Temos de dar um jeito de fazer, não sei como, vai ser trabalhoso, mas tem de dar oportunidade para o nosso artista também. Que seja o mágico, o cantor, temos de dar espaço à eles.
Como será sua relação com o prefeito? Tende a ir para a base ou a oposição?
O que for bom para o povo, eu vou votar. O que não for bom, eu não vou votar. Se tiver trabalhando direitinho, a cidade fluindo, lógico que a gente vai estar do lado dele. Se não estiver fluindo, não vou votar. São emendas, são projetos. Temos de rever. O projeto não está bom? Vamos pedir vista. Vamos ver, melhorar o projeto. Dinheiro público tem custo para todo mundo. Não vamos deixar gastar dinheiro a toa.
