Vereadores vaiados após Câmara rejeitar emenda; presidente promete nova proposta para servidores

@viuitauna

O clima ficou quente em frente à Câmara Municipal após o plenário rejeitar, nesta quinta-feira (21), emenda à Lei Orgânica que permitiria votar o reajuste de 22% pleiteado pelo prefeito Neider Moreira (PSD) para o primeiro escalão do governo. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o presidente da Mesa Diretora Alexandre Campos (DEM) e a secretária Edênia Alcântara (PDT), que foram favoráveis à emenda, deixando o prédio sob pressão, vaiados por manifestantes.

Nesta sexta (22), Campos se pronunciou dizendo que a “Câmara ouviu a voz da população” e, diante da reação popular, apresentará novo projeto de emenda voltado à recomposição salarial de 5,45% dos servidores públicos, retirando parágrafo único que prevê o aumento para cargos políticos no primeiro ano de mandato. Além do Executivo, a Casa também havia protocolado projeto de lei para reajustar os subsídios dos vereadores em 20%.

A exclusão do funcionalismo tem sido alvo de críticas em Itaúna e utilizada por vereadores que votaram favoráveis à emenda no Artigo 37 como argumento de que o aumento, que incluía os salários do prefeito, vice, secretários, procurador-geral, controlador-geral, chefe de gabinete e diretores, não estava em pauta.

“Sabemos que não é o momento de fazer um projeto de reajuste salarial para o secretariado e prefeito, vice e vereadores”, reconheceu o presidente do Poder Legislativo. “A Câmara Municipal escutou o clamor e vai conceder tão somente o reajuste para os servidores públicos da Câmara e da Prefeitura. O compromisso da Câmara é com o cidadão. Ninguém votou reajuste dos agentes públicos municipais”, disse Campos.

A manifestação na Câmara foi convocada por membros do grupo de direita Conservadores Cristãos. Também nesta quinta, a Loja Macônica Itaúna Livre publicou no Instagram carta de repúdio aos membros do Executivo e do Legislativo, classificando os PLs de recomposição de subsídios como “manobra oportunista e casuística”.

“Essas proposições foram recebidas com muita contrariedade e indignação pela população local, principalmente pelo fato de o país estar passando pelo pior momento da pandemia”, criticou a Maçonaria.

Votação também foi marcada por breve discussão entre Kaio Guimarães (PSC) e Campos. Foto: Reprodução/You Tube Câmara

OUTRO LADO Sobre as vaias, Campos se limitou a dizer ao @viuitauna que fazem parte da “democracia”. Já Edênia, que é ex-coordenadora do Centro da Juventude, projeto mantido pela Prefeitura, disse lamentar o episódio, o qual chamou de “total falta de respeito”.

“Não quiseram me ouvir, não respeitaram a minha situação enquanto mulher grávida. Querendo me agredir, ainda por cima”, reclama a vereadora. Edênia diz ainda não ser favorável ao reajuste parcial do primeiro escalão. “Defendo a recomposição dos servidores. Sou contra o aumento para prefeito, vice, secretário e vereadores”, ressalta.

Por meio da assessoria de comunicação, dirigida pelo ex-vereador Hudson Bernardes (PSD), a Câmara emitiu nota de repúdio ao protesto dos populares.

“O Poder Legislativo de Itaúna vem a público esclarecer que considera todas as manifestações legítimas e pacíficas dentro do espírito democrático. No entanto externa seu repúdio e indignação quanto as ofensas e hostilizações as quais alguns vereadores sofreram em um ato coordenado por algumas pessoas na entrada da Câmara na tarde de quinta-feira 21/01. Neste dia foi analisado uma proposta de Emenda à Lei Orgânica do Município em seu artigo 37. Defendemos as manifestações ordeiras e pacíficas, entretanto analisamos que algumas pessoas se excederam neste dia com alguns vereadores que foram eleitos democraticamente pelo voto popular”.

SAIBA MAIS
Resultado da votação à emenda que permitiria os reajustes de agentes políticos

A FAVOR
Silvano Gomes Pinheiro, o Silvano do Córrego do Soldado (PDT)
Nesvalcir Gonçalves Silva, o Nesval Júnior (PSD)
Alexandre Campos (DEM)
Edênia Alcantara (PDT)
Joselito Morais (PDT)
Fares José Neto, o Dr. Fares (PV)
Ana Carolina Faria, a Carol Faria (Avante)
Gleison Fernandes de Faria, o Gleisinho (PSD)
Lacimar Cezário, o Três (PSD)

CONTRA
Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (Patriota)
Antônio de Miranda, o Toinzinho (PSC)
Kaio Guimarães (PSC)
Gustavo Dornas Barbosa (Patriota)
Ener Batista (PSL)
Leonardo Alves dos Santos, o Léo Alves da Rádio (Podemos)

AUSENTES
Antônio José de Faria, o Da Lua (PL)
Aristides Ribeiro, o Tidinho (PSC)

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