@viuitauna
Em um post no Facebook do secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços, a provedora do Hospital Manoel Gonçalves, Marilda Chaves, coloca em xeque informações divulgadas pelo Município de que R$ 10,3 milhões foram repassados à instituição durante a pandemia. O mal-estar ocorre no momento em que a população questiona o montante destinado pelo Governo Federal ao enfrentamento à COVID-19 em Itaúna. Desde novembro de 2017, o Município mantém um contrato específico com o hospital para a gestão do Pronto Atendimento 24h.
“Há um engano Rosse (Andrade). O repasse não foi para o hospital. O repasse foi todo para administrar e manter o Pronto Socorro! Para o hospital, como repasse do Município, que eu saiba, não foi nada!”, afirma Marilda.
De acordo com o divulgado pela assessoria de comunicação, em 2020, ano tão atípico e difícil em função da COVID-19, os investimentos na Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira foram “bastante significativos”. O comunicado afirma que o valor do repasse municipal ganhou um aditivo financeiro e já é maior desde janeiro deste ano. “A instituição recebeu o montante de R$ 36.739.084,60, sendo R$ 10.371.394,50 de recursos próprios do Município e o restante de repasses fundo a fundo, dos governos estadual e federal”, diz.
No mesmo texto, o prefeito Neider Moreira (PSD) afirma que os números confirmam um “investimento maciço” na saúde da cidade, “mesmo com todas as dificuldades que já vínhamos enfrentando de outros meses”.
PRONTO ATENDIMENTO 24H Em 1° de novembro de 2017, a gestão do Pronto Atendimento 24h de Itaúna foi transferida para o hospital, em um contrato de R$ 1 milhão mensais celebrado com a Prefeitura. Na ocasião, a chamada terceirização do atendimento foi justificada pelo prefeito, dentre outros fatores, pela dificuldade de processo seletivo para contratação da equipe. Na ocasião, o Pronto Atendimento do Manoel Gonçalves atendia cerca de 4 mil pessoas mês, a um custo médio estimado de R$ 250 por paciente.
OUTRO LADO O @viuitauna solicitou ao Manoel Gonçalves um posicionamento da provedora sobre a declaração e à Prefeitura de Itaúna, um esclarecimento sobre o valor do montante destinado para o enfrentamento à COVID-19. A Ascom retornou após a publicação da matéria, às 10h53, reafirmando os investimentos da Prefeitura no hospital e sustentando que os mesmos não são exclusivos para a gestão e manutenção do Pronto Atendimento.
“Dentre outros contemplam complemento de cirurgias eletivas, lavanderia, credenciamento de exames complementares, pagamento de médicos plantonistas, obstetrícia, coordenação de clínicas, repasses extraordinários para custeio, etc”, aponta o Município, ressaltando que saúde “sempre foi e será a principal bandeira” do atual governo.
O HMG respondeu às 12h51 contradizendo, mais uma vez, as informações da Prefeitura. De acordo com o Marketing da instituição, os R$ 10,3 milhões divulgados como investimentos durante a pandemia na realidade foram pagamentos distribuídos ao longo dos 12 meses do ano passado, conforme o contrato de serviço do Pronto Atendimento.
“Neste valor incluem-se profissionais e insumos. As demais verbas são provenientes dos pagamentos realizados pelo Estado e pela União de serviços já executados e prestados ao SUS. Reforçamos que hospital e Prefeitura têm uma parceria sólida e que os repasses são feitos em tempo hábil. A Prefeitura continua prestando ajuda ao hospital com pagamentos da clínica anestésica e obstétrica, com plantões de anestesia e obstetrícia, o que faz há muitos anos. Quita também devidamente os serviços prestados pela lavanderia do hospital à Administração”, afirma em nota.