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Apesar do número recorde de mortes de pacientes positivos por COVID-19 em Itaúna, quatro somente nas últimas 48h, a população tem demonstrado relaxamento em medidas de isolamento como o toque de recolher, em vigor até 11 de abril. Nesta quinta-feira (1°), a Av. Jove Soares, principal via da região central da cidade, ainda registrava movimentação de pessoas e veículos após as 20h – horário determinado para o início do recolhimento.
Informado por seguidores, o @viuitauna observou por volta das 20h20 clientes saindo de uma loja de uma rede de supermercados, que matinha o portão do estacionamento aberto. Às 21h30, horário em que a matéria foi publicada, ainda havia um considerável tráfego de veículos na via.
Mais cedo, viralizaram nas redes sociais imagens de filas de clientes em diferentes supermercados da cidade. A Prefeitura afirma que irá notificar um estabelecimento e multar uma empresa de turismo que anunciou viagens para Guarapari (ES).
Depois de se comprometer a destinar R$ 442 mil para o Hospital Manoel Gonçalves no combate à COVID-19 em Itaúna, a Câmara Municipal anunciou, por intermédio do presidente Alexandre Campos (DEM), o cadastro de dez leitos de CTI.
“Os leitos foram solicitados pela Secretaria Municipal de Saúde e liberados por intermédio do senador Carlos Viana (PSC). Com o cadastro, o hospital passará a receber diariamente R$ 1,5 mil por leito. Antes o valor era destinado a cada cinco dias”, afirma Campos.
Último boletim divulgado pela insituição aponta 53 pacientes internados, 21 no CTI e 32 na enfermeria. Com mais quatro óbitos anunciados nesta quarta, com idades de 38, 49, 60 e 69 anos, o total de mortes de pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus em Itaúna chega a 106.
RISCO DE CONTAMINAÇÃO Em coletiva de imprensa nesta quarta (31), na Cidade Administrativa, o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, ressaltou que Minas enfrenta o pior momento da pandemia em relação ao número de óbitos e de ocupação de leitos. Baccheretti apelou para o papel de cada cidadão, diante do alto risco de contaminação durante o feriado de Semana Santa.
Segundo o secretário, houve melhora nas regiões que iniciaram primeiro a onda roxa, há 30 dias, e que cumpriram as medidas de isolamento, como a macrorregião Triângulo do Norte e a microrregião de Patos de Minas. Ambas evoluirão para a onda vermelha a partir de segunda (5).
“A gente entende o momento que cada um vive, mas não há tempo de arrependimento. O vírus vem circulando de forma intensa. Fique em casa, fique com seu núcleo familiar, não vá à casa de parentes, não receba amigos. Não é época para isso, é época de um esforço conjunto para preservar vidas”, aconselha Baccheretti.
OUTRO LADO Procurada pelo @viuitauna, a Prefeitura afirma que o toque de recolher continua valendo de 20h às 5h, conforme a determinação do Estado, e disse que a fiscalização iria verificar a movimentação na Av. Jove Soares.
“A Prefeitura informa que tem atuado em parceria com a Polícia Militar na fiscalização contra infrações nas medidas contra a COVID-19. Evidentemente não é possível ter equipes de forma onipresente em toda a cidade. Daí a importância da denúncia. Quanto ao supermercado mencionado, com as provas apresentadas ele será notificado pela infração cometida”.
O supermercados Rena retornou após a publicação, na manhã de sábado (2), afirmando que tem cumprindo todas as exigências e normas sanitárias. A empresa sustenta que obedece rigorosamente os horários determinados de fechamento, mas reconhece a movimentação de clientes e colaboradores após o início do horário de toque de recolher.
“As nossas lojas estão obedecendo rigorosamente os horários determinados de fechamento. No caso de Itaúna, 20h. O que ocorre é que sempre haverá movimentação de clientes e colaboradores saindo das lojas e estacionamentos, mas não entrando após as 20h. A circulação de pessoas com vínculo profissional, ou com necessidades de deslocamento, aos serviços essenciais, é permitida”, justifica o diretor presidente do Rena, Alexandre Maromba.
Sobre o distanciamento nas filas, o Rena afirma que trabalha insistentemente tentando organizar, mas nem sempre tem sucesso, “pois as pessoas não obedecem, e não temos meios de obrigar”.