Empréstimo para projeto de captação na Jove Soares entra na pauta e acaba aprovado na Câmara

@viuitauna

Os vereadores aprovaram por nove a sete nesta terça-feira (3) novo empréstimo de R$ 1 milhão para a Prefeitura licitar projeto de engenharia para as obras de ampliação pluvial da Av. Jove Soares – palco de sucessivas inundações nos últimos anos. Vinculado ao Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), o montante foi inserido para votação em regime de urgência, fora da ordem do dia.

Antes de ser votado, o novo crédito solicitado pelo prefeito Neider Moreira (PSD) foi criticado pelos parlamentares, devido ao excesso de empréstimos solicitados ao Legislativo nos últimos meses.

Gustavo Dornas (Patriota) disse não haver sentido na aprovação, já que a Caixa estaria refazendo o projeto, cujas obras foram inicialmente orçadas em R$ 12 milhões. “Teve licitação para contratar esta empresa? O empréstimo custa R$ 1 milhão realmente? A gente não teve discussão e esclarecimento do Executivo. Aonde vamos parar? Não estou entendendo. Prefeitura arrecadou R$ 9,2 milhões com CFEM. Me parece que chegou mais R$ 800 mil”, apontou.

Antônio José de Faria, o Da Lua (PL), está preocupado com a quantidade de empréstimos contratados pela atual administração. O vereador disse estar com pena do próximo prefeito que assumir a gestão da cidade. “É dinheiro (de empréstimo) demais. O que vai fazer com tanto dinheiro?”. Kaio Guimarães (PSC) voltou a apontar risco de endividamento do Município. “Queremos ter uma gestão eficiente. Itaúna não é uma cidade pobre. Nossa arrecadação está aumentando. Nós vamos quebrar a nossa cidade.” Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (Patriota), por sua vez, questionou se o Município não teria nenhum engenheiro capacitado para realizar o projeto, em vez de licitá-lo.

PL 153/2021

VOTARAM A FAVOR DO EMPRÉSTIMO:
Lacimar Cezário, o Três (PSD)
Silvano Gomes Pinheiro, o Silvano do Córrego do Soldado (PDT)
Giordane Alberto (PV)
Aristides Ribeiro, o Tidinho (PSC)
Joselito Morais (PDT)
Leonardo Alves, o Léo Alves da Rádio (Podemos)
Gleison Fernandes, o Gleisinho (PSD)
Nesval Júnior (PSD)
Carol Faria (Avante)

VOTARAM CONTRA:
Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (Patriota)
Antônio José de Faria, o Da Lua (PL)
Kaio Guimarães (PSC)
Gustavo Dornas (Patriota)
Antônio de Miranda, o Toinzinho (PSC)
Ener Batista (PSL)
Edênia Alcântara (PDT)

POVO “GOSTA DE OBRA SIM” Líder da base governista, Nesvalcir Silva, o Nesval Júnior (PSD), defendeu os empréstimos, dizendo que as obras são revertidas para a população e o povo “gosta de obra sim”. Segundo o vereador neidista Itaúna tem um limite de crédito junto ao Banco Central de R$ 380 milhões. “O Município cumpre seus acordos e está com as contas em dia. Pode ver na Ouvidoria: as reclamações do Pronto Socorro estão zeradas”, sustenta. Alexandre Campos (DEM) subiu à tribuna para dizer que o projeto contempla vários bairros além da Jove Soares. “É um projeto que cuida de toda a bacia do Sumidouro, do Boulevard até o bairro das Graças. O número de empréstimos que estamos fazendo é honroso, mas muitos vereadores já se mostraram favoráveis”.

OUTRO LADO Perguntada pelo @viuitauna sobre a destinação do novo empréstimo junto à Caixa, a assessoria de comunicação da Prefeitura não retornou até a publicação. Tão logo e caso se manifeste a matéria será atualizada.

SAIBA MAIS:
Projeto para canal paralelo é estudado há quatro anos

Em julho de 2017, uma comissão formada por servidores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e das secretarias municipais de Infraestrutura e Regulação Urbana realizou uma vistoria na Jove Soares que detectou pontos de estreitamento, tubulações, vigas e um banco de areia no Córrego do Sumidouro, o que contribui para as inundações na área. A equipe também iniciou levantamentos para o projeto de construção de um canal paralelo ao leito. Na tentativa de captar recursos para realizar as obras de alargamento do córrego, a Prefeitura inscreveu proposta no Programa Avançar – Mobilidade Urbana, do Ministério da Cidades. Na ocasião, o prefeito Neider Moreira afirmou que o projeto teve aprovação do Ministério de Desenvolvimento Regional, mas o Programa Avançar foi suspenso pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O financiamento de R$ 12 milhões previa um prazo de pagamento de 20 anos.

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