Polícia investiga denúncia contra clube de tiro no Sumidouro; responsável nega balas em residências

@viuitauna

A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a denúncia de que estilhaços de bala de um clube de tiro atingiram uma residência no Sumidouro, zona rural de Itaúna. Moradores da localidade fazem um abaixo-assinado cobrando providências após a visita de vereadores ao local. Um deles encaminhou um ofício ao Ministério Público e alega que disparos continuam atingindo a vizinhança. O presidente do clube nega e diz ter um laudo atestando a impossibilidade de que as munições tenham caído em uma casa.

Para o servidor público Emerson Rodrigues, somente o vereador Antônio José de Faria, o Da Lua (PL), manifestou apoio em busca de uma solução. Residente na Rua 5 do loteamento conhecido como bairro Camelot, Rodrigues relata em ofício remetido ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que não há proteção sonora e de impacto e, por isso, as residências tem sido atingidas com munições de variados calibres.

“Como não existe proteção de bloqueio sonoro, estão tirando o sossego dos moradores devido ao alto barulho, causando males físicos e metais. Aqui é uma área de preservação ambiental, temos muitos animais silvestres. Os moradores estão correndo risco de danos à integridade física e à psicológica”, reclama Rodrigues.

Outro morador do bairro enviou um áudio à Da Lua mostrando barulhos de disparos. “O barulho está incomodando todos os vizinhos”, diz Sérgio.

Segundo Da Lua, os moradores estão fazendo um abaixo assinado ao prefeito Neider Moreira (PSD) e à Câmara Municipal para providências.

“O problema é que eles estão todos regularizados, com licença do Exército e alvará da Prefeitura. A gente não entende como, porque os vizinhos estão reclamando. Me enviaram um áudio e é tiro o dia inteiro. Quem vai morar perto de um lugar que toda hora está escutando tiro?”. O vereador aguarda o abaixo assinado para analisar o que pode ser feito. “É preocupante”, acrescenta o parlamentar.

Stand de clube foi vistoriado pelo Exército e tem três laudos de engenheiros, diz presidente de clube: “Vamos investigar e ver o que aconteceu para essas munições terem caído lá”, diz. Foto: Divulgação/Clube de Tiro de Itaúna

OUTRO LADO Procurado pelo @viuitauna nesta sexta-feira (12), o presidente do clube de tiro, Filipe Fernandes, diz que tomou conhecimento da denúncia enviada ao Ministério Público e aferiu um nível extremamente baixo de decibéis perante o permitido. Ele nega que o clube esteja atirando em direção às residências e aponta ter um laudo atestando ser impossível que as munições apontadas em um vídeo divulgado em outubro tenham caído em uma casa.

“Quando a denúncia chegar, já teremos a defesa. Só quem não foi ao stand pode alegar que atiramos diretamente contra as casas. O stand foi vistoriado duas vezes pelo Exército e tem três laudos de engenheiros. Agora eu vou querer ver mais para frente como essas munições caíram lá. Vamos investigar e ver o que aconteceu para essas munições terem caído lá”, promete.

Fernandes diz ainda que pretende buscar retração de quem expôs o nome da empresa de uma “maneira errônea”, segundo ele. “Estamos tudo OK perante todos os órgãos fiscalizadores e tomando as medidas cabíveis pra nos resguardar. É muito fácil chegar e falar o que querem”.

A Polícia Civil confirmou o andamento do inquérito. O MPMG retornou após a publicação da matéria dizendo que recebeu em 27 de outubro uma notícia de fato para apuração de consequências danosas ao meio ambiente, com repercussão no sossego dos moradores, em razão do clube de tiro. “A partir disso, o MPMG irá colher elementos para verificar se instaura ou não um inquérito civil”, informa o órgão.

ENTENDA O CASO Em outubro, um vídeo de um morador do Sumidouro divulgado nas redes sociais em Itaúna mostrou cápsulas das balas de grosso calibre que teriam atingido a casa dele e dos vizinhos. O cidadão disse na ocasião não ter nada contra o clube, mas reclamou do barulho e pediu providências às autoridades.

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