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Um projeto de lei enviado pelo prefeito Neider Moreira (PSD) à Câmara Municipal pretende doar um terreno de 12,8 mil metros quadrados, anexo à Praça de Esportes do bairro de Lourdes, à Federação Mineira de Tênis. A proposta de construir quadras de tênis causa polêmica, por ter sido encaminhada “a toque de caixa”, no fim de dezembro, e o local já ser utilizado por times de futebol locais e peladas de moradores do entorno.
O PLO 245/2021, que havia sido retirado da pauta dos vereadores no último dia 20, já está incluído na próxima reunião extraordinária, na segunda-feira (27), uma vez que 2022 é ano eleitoral e projetos de concessão de terrenos devem ser votados ainda neste ano. “Faltou diálogo”, reclamaram vários vereadores.
De acordo com o jornal Folha do Povo, o empresário Luciano Nogueira, do Grupo J. Mendes, defende o projeto. Um representante da federação esteve na Câmara explicando o que se pretende construir no local: seis quadras de tênis para executar um programa de caça talentos para a modalidade, abrindo espaço para 80 praticantes da comunidade, com expectativa de chegar a 200 os beneficiados.
O vereador Gustavo Dornas (Patriota) também defendeu a iniciativa, apresentando uma expectativa de investimento de R$ 2,5 milhões e vários benefícios que Itaúna poderia ter com a formação de atletas para o tênis, já difundido no Tropical Tênis Clube, quadras particulares e em um projeto mantido no bairro Cidade Nova. Já Alexandre Campos (DEM) fez duras críticas pela forma como a administração encaminhou o assunto.
Campos atentou que o campo do bairro de Lourdes é usado pela Pelada dos Debiques há 22 anos e o grupo, que tem 58 anos de história na cidade, já foi retirado do chamado Campo do Vassourão, onde hoje existe o Complexo Esportivo da Universidade de Itaúna. O vereador argumenta que há outros terrenos em Itaúna que poderiam receber as quadras de tênis – como a Reta de Santanense ou o Parque Ecológico do Sindimei, no antigo Buracão do bairro Piedade.
“Agora, sem nenhum aviso, sem sequer informar aos praticantes da pelada, estão doando o local”, reclamou Alexandre, dizendo ter questionado o secretário Municipal de Esportes, Nelson Júnior, e o prefeito, por não ter recebido retorno.
CINCO MESES DE DISCUSSÕES Nos bastidores o assunto também foi bastante discutido. Para os vereadores, a apresentação do PL no “apagar das luzes”, no fim do ano, pode ter sido uma estratégia do Executivo para aprová-lo, ainda que a contragosto da comunidade da região, uma vez que a doação do terreno à federação é tratada há pelo menos cinco meses.