Carla Corradi
@viuitauna
Uma obra paliativa realizada na Av. Manoel da Custódia, no bairro São Geraldo, gerou indignação entre cidadãos nas redes sociais. No local, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços abriu uma canaleta para escoar a água da chuva, que alagava uma das residências no local. A casa pertence aos sogros do vereador Nesval Júnior (PSD), líder da base governista na Câmara, levantando suspeitas de possível favorecimento. Nesval, porém, nega influência.
De acordo com a Prefeitura, a prioridade para intervenções após as chuvas é para vias de maior movimento. Por isso, diz que não é possível estabelecer um cronograma de obras para toda a cidade.
“Entrou água na garagem e no outro dia tirou a rampa que subia para a oficina”, relatou um cidadão. “Olha o descaso com a nossa rua”, apontou o homem, sobre a Rua José Nelson da Silva, no bairro JK, um dos pontos da cidade mais afetados pela chuva, com constantes alagamentos.
O proprietário de uma borracharia da Manoel da Custódia afirma que os vizinhos reclamam há muito tempo do alagamento no trecho e a obra, que retirou uma rampa existente em frente ao estabelecimento, não solucionou o problema para todos.
“(A borracharia) enche de água um pouco, mas não melhorou nada para nós. Quando cheguei para trabalhar e abrir a borracharia, já tinham quebrado a rampa. O proprietário (do imóvel) reclamou pedindo para colocar uma grade ou refazer a rampa, porque entram carros dos dois lados”, aponta o comerciante, acrescentando que o imóvel é alugado e ninguém da Prefeitura o consultou sobre a retirada da rampa.
O @viuitauna procurou Nesval Júnior para esclarecer o caso. Nesval justifica que é antiga a solicitação de uma obra no trecho indicado e em anos anteriores a residência também foi alagada por ter a garagem abaixo do nível da rua.
“Portanto não houve prioridade, é algo que já estava programado há muito tempo”, sustenta o vereador.
PREFEITURA NÃO ESCLARECE DATA DE SOLICITAÇÕES A Secretaria de Infraestrutura e Serviços respondeu por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura de Itaúna dizendo que sempre houve o pedido para a obra, “em especial depois que foi feito o recapeamento da via”. A pasta não esclareceu, contudo, quando foram feitas solicitações por moradores.
SAIBA MAIS:
Município ainda não tem cronograma de obras após chuvas
A reportagem também solicitou à Infraestrutura informações sobre os critérios que estabelecem prioridade para obras, além dos reparos previstos, após vários bairros de Itaúna ficarem debaixo d’água no início de janeiro. A pasta dirigida por Rosse Andrade informou que a prioridade neste momento é para as vias de maior movimento e um possível cronograma de intervenções na cidade só será possível após o recebimento de recursos federais e da compra de materiais e máquinas, que já estão sendo licitados.