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Depois de um vídeo mostrando familiares construindo uma sepultura no Córrego do Soldado viralizar, a Prefeitura afirmou nesta segunda-feira (7) que nenhuma família ficou desamparada nos cemitérios de Itaúna. Em três anos, o número de enterros na cidade aumentou 32%. No caso da zona rural, o Município alega que fez o sepultamento como lhe compete, e o que ocorreu foi a construção de uma segunda sepultura, pois a debaixo não poderia ser aberta. Uma sobrinha, porém, contesta e afirma que a Prefeitura não deu nenhum suporte, só mandando um funcionário para fechar o túmulo.
De acordo com comunicado divulgado pela assessoria de comunicação, embora a pandemia de COVID-19 tenha impactado o serviço municipal de luto, ela não foi a única razão para a elevação nos sepultamentos desde 2019.
“Os números aumentaram em 2021 devido a COVID-19, mas também por óbitos de outras naturezas. Nossa equipe administrativa e operacional, principalmente os coveiros, se desdobraram também para que todos fossem atendidos da melhor maneira possível”, afirma o chefe de Setor da Administração de Cemitérios, Guilherme Bianchi.
Enquanto há dois anos Itaúna contabilizou 770 enterros, em 2020 foram 750 e em 2021, 1.017. Os registros incluem óbitos, transferências de restos mortais e enterro de cinzas. Bianchi ressalta que nenhuma família ficou desamparada nos quatro cemitérios da cidade: Central, Parque Jardim, Santanense e Córrego do Soldado. “Zelamos pela manutenção dos espaços dos quatro cemitérios e pelo conforto das famílias enlutadas”, ressalta.
ENTENDA O CASO Na última semana, um seguidor procurou o @viuitauna afirmando que a própria comunidade e parentes tiveram de construir a catacumba para enterrar um idoso no Córrego do Soldado. O cidadão questionou o fato de o cemitério ser de responsabilidade da Prefeitura, sendo gastos recentemente quase R$ 200 mil de reforma no local. “Muito triste a própria família ter que fazer a própria cova de parentes”, criticou o cidadão.
Uma sobrinha do idoso também procurou a reportagem afirmando que a família ficou o dia todo construindo a sepultura. Ela argumenta que a Prefeitura não deu nenhum suporte, só mandando um funcionário para fechar o túmulo.
“Se a gente já tinha feito todo o serviço, pra que mandar uma pessoa somente para fechar? Tivemos que fazer isso porque não tinha túmulo pronto… O cemitério está uma vergonha! Mato alto, túmulos abertos. Tivemos que velar ele no Centro Comunitário”, reclama.
Ainda segundo a mulher, a família teve de limpar o Centro Comunitário da comunidade, que “está abandonado com muita sujeira e sem água”.
A Prefeitura, por outro lado, diz que fez a sua parte e a expansão das sepulturas é de responsabilidade das famílias proprietárias. Na comunidade há uma média de um enterro por ano. O Município prometeu disponibilizar novos túmulos nesta semana no Córrego do Soldado. “É regra: se for construir mais um andar, a família deve fazer. Foi oferecido à família fazer o enterro no cemitério do Parque Jardim, porém a família não quis”, diz a assessoria de comunicação.