Carla Corradi
@viuitauna
Depois de aprovar a municipalização do 1º ao 5º ano fundamentais de três escolas estaduais em agosto, a Prefeitura de Itaúna afirma já ter recebido do Estado mais de R$ 3,3 milhões em repasses do Projeto Mãos Dadas. A licitação para a construção de uma nova unidade no Jadir Marinho está em “fase final”. Para diretoras de duas escolas que absorveram o ensino do Estado, o balanço no primeiro trimestre do ano letivo é considerado positivo: pais e alunos se adaptaram bem. Com as mudanças, que entraram em vigor em 2022, turmas da Escola Municipal Prof. Celuta das Neves foram alocadas no prédio da antiga Escola Estadual João Dornas Filho, no bairro Santo Antônio, deixando de dividir as salas da Escola Estadual Prof. Gilka Drumond de Faria, no Lourdes.
O convênio celebrado com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais já transferiu R$ 3.302.196,36, por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ao Município.
Em 2021, a transferência de turmas das Escolas Estaduais João Dornas Filho, Leonardo Gonçalves Nogueira e Zezé Lima foi criticada por educadores, que apontaram prejuízos à categoria e ao ensino. O prefeito Neider Moreira (PSD), contudo, descartou a possibilidade de queda na qualidade. Em julho do ano passado, Neider disse que a municipalização, apresentada por meio do Mãos Dadas, permitiria mais investimentos e uma melhoria no ensino público em Itaúna.
Agora, sem apontar prazos, as secretarias municipais de Regulação Urbana e de Educação apontam que a construção da nova escola no Jadir Marinho atenderá 450 estudantes. Além do ensino fundamental, a futura unidade também terá educação infantil, com creche e pré-escola. O custo atualizado da obra, segundo a Prefeitura, é de R$ 3.255.455,98.
De acordo com Solange Geralda Souza e Santos, diretora da Escola Municipal Padre Waldemar Antônio de Pádua Teixeira, que absorveu os alunos da Zezé Lima, a adequação dos espaços físicos é necessário. A gestora considera a transição tranquila, uma vez que o processo de municipalização era cogitado “há muito tempo”. Para ela, alunos e professores se adaptaram bem às mudanças.
“Em relação aos professores a adaptação foi normal, porque todos receberam os alunos com muito carinho. Com relação aos alunos, não é do nosso conhecimento que eles não tenham gostado dessa mudança. Muito pelo contrário, em conversa com alguns alunos todos estão satisfeitos e se adaptaram muito bem”, afirma Santos.
A Escola Municipal Dr. Lincoln Nogueira Machado, no bairro Lourdes, também foi impactada pela absorção de turmas pelo Município. A escola recebeu 200 alunos e precisou fazer adequações estruturais para atendê-los. A educadora Regina Célia Andrade, diretora da instituição, considera a municipalização positiva.
“Nos preparamos para acolher as famílias e sobretudo as crianças. O Município tem uma excelente base pedagógica para poder também ofertar um ensino de qualidade. Os profissionais receberam os alunos com carinho e com um desejo enorme de fazer o máximo pelo desenvolvimento deles. Viemos de um pós pandemia e um novo contexto escolar. Estamos caminhando dia após dia rumo ao sucesso de nossos pequenos e sem perder de vista o tempo perdido em relação a pandemia”, pondera.
PROCESSO “BEM CONDUZIDO” Por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura, a Secretaria Municipal de Educação disse que a reestruturação das equipes e a incorporação de mais profissionais aos quadros das escolas acolheram os alunos das escolas estaduais. Além disso, benfeitorias na estrutura física das instituições “foram e seguem sendo observadas”. A Prefeitura salienta, por fim, que o processo tem sido “bem conduzido”.
Ok, o país das maravilhas existe em Itaúna, após a municipalização, mas é quanto aos professores efetivos e contratados estaduais, o que foi feito deles?