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O Sempre Um Papo recebe o jornalista Sílvio Bernardes, na quarta-feira (28), e a professora e escritora Maria Lúcia Mendes, na sexta (30), para falar sobre os temas “Literatura, Memórias e Escritos” e “40 anos de Literatura – Poesia, Crônica e Conto”. A conversa com os itaunenses será mediada pela jornalista Jozane Faleiro e acontece de forma online, com transmissão pelo YouTube do projeto.
O jornalista Sílvio Márcio Bernardes, de 59 anos, é mestre em educação, pós-graduado em história e cultura Afro-Brasileira e Indígena e Licenciado em história. Dá aulas na Universidade de Itaúna e trabalha como repórter e redator no jornal S’passo. Se declara um apaixonado pelas memórias das cidades, especialmente da sua terra natal Itaúna. Bernardes é membro-fundador da Academia Itaunense de Letras (2015), onde ocupa a cadeira nº 6, que tem como patrona a escritora e poeta itaunense Nise Campos.
“Aliás, as memórias afetivas são o material que compõe a maioria de seus escritos, espalhados nas folhas de jornais e revistas de Itaúna e de outras cidades e nas antologias literárias de que participou”, afirma a assessoria do projeto.
Maria Lúcia Mendes nasceu em Itaúna em 6 de outubro de 1940. É professora universitária e iniciou na literatura em 1983, com a publicação do livro Recado em Pedras e Pétalas. Seu estilo simples e o cotidiano visto de modo singular lhe renderam êxito absoluto. Recebeu prêmios literários em concursos de âmbito nacional, como Prêmio Alessandro Cabassa, concedido pela União Brasileira de escritores, em 1996, pelo livro O Cheiro da Maçã.
Sobre a autora, Marco Aurélio Matos “in memoriam”, editor no Jornal do Brasil, escreveu: “trata se de uma escritora sublimada pelos prodígios da imaginação e da sensibilidade”.
Em 40 anos na literatura, Maria Lúcia publicou livros de poesia, crônicas e contos, e também literatura infantil. estão entre as suas obras os títulos: Recado em Pedras e Pétalas, Miragem, A Guarda do Anjo, Atalho, O Cheiro da Maçã, Badra, A Borboleta Bombom, Bisoca – A Formiga Dorminhoca, Aventuras da Girafa Giraflor, A Abelha Belinha, Laura Só Gênio das Águas, Além dos Trilhos, Aparições Marianas em Itaúna; e o mais recente, A Sedução das Palavras. Os livros estão esgotados e alguns têm previsão de serem relançados em 2023.
PROJETO Criado em 1986 pelo jornalista Afonso Borges, o Sempre Um Papo é reconhecido como um dos programas culturais de maior credibilidade do país. O projeto realiza encontros entre grandes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros. Durante a pandemia, os encontros têm acontecido em formato virtual, com transmissão pelo YouTube do projeto. Em sua história, já ultrapassou os limites de Belo Horizonte e chegou a 30 cidades, em oito estados do país, tendo sido realizado também em Madri, na Espanha. Em 35 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2 milhões de pessoas.
Esta edição do Sempre Um Papo tem o patrocínio da Usiminas, da Cemig e do Instituto Cultural Vale e apoio da Rede de Saúde Mater Dei, via Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.
E MAIS…
Antologias Literárias
O livro “Contos de um Lugar” é o resultado de uma oficina literária produzida pelo Ponto de Cultura Casa do Idoso, instalado na Fundação Frederico Ozanan, em 2014. Ali, os participantes da oficina puderam conviver com os idosos da fundação e abstrair de cada um mais do que suas histórias, mas a emoção das narrativas nas duas mãos de interlocuções com um delicioso resgate da memória com deliciosa poesia. Sílvio Bernardes escreveu neste livro suas narrativas denominadas “Um dedo de prosa”, onde pontua exatamente as conversas entre os participantes da oficina e os idosos ali asilados.
Em 2015, Bernardes participou da I Coletânea do Grupo de Escritores Itaunenses, da Vile Editora e Escritório de Cultura. No livro, o escritor homenageia com uma crônica o também escritor e pesquisador da história itaunense David de Carvalho, autor de um estudo sobre Guimarães Rosa e dos livros “A Guerra das Mamonas Verdes”, “Abunã”, “A história dos três Joãozinhos”, entre outros.
A antologia “Olhares Múltiplos”, organizada por Toni Ramos Gonçalves, pela Editora Ramos, em 2016, reúne escritos em prosa e versos de literatos experimentados e estreantes. Nesta coletânea o escritor e jornalista Sílvio Bernardes comparece com a crônica “Arrumação”, em que trata da tentativa de organização de livros e papéis – materiais indispensáveis de escritor, de jornalista e professor – nas prateleiras da sua biblioteca-escritório. Nesta arrumação acaba por (re) descobrir antigos recortes, fotografias e mensagens enfiadas nas páginas dos livros pouco usados que são verdadeiros achados. São tesouros escondidos de um tempo há muito vivido.
A coletânea “Hipérboles”, também organizada pelo escritor Toni Ramos Gonçalves, pela editora Ramos, em 2017, reúne escritores e poetas com grandes e pequenas bagagens literárias. Nela, comparece a escritora Maria Valéria Rezende, vencedora do Prêmio Jabuti na categoria de Melhor Romance de 2015. O escritor e jornalista Sílvio Bernardes aqui resgata um pouco da história de Itaúna numa releitura de um texto do historiador João Dornas Filho. A crônica “Do ginete do alferes Siqueira às máquinas de luxo dos poderosos de agora” retrata um pouco da mania de alguns itaunenses de ostentarem suas posses e riqueza. O antigo fazendeiro das reminiscências do escritor itaunense Dornas Filho é o antepassado fidedigno dos milionários de agora que gostam de desfilar pelas ruas da cidade montados em carros importados.
O livro “A história do teatro em Itaúna”, organizado por Marco Antônio Machado, reúne um enorme grupo de pesquisadores, entre os quais Sílvio Bernardes. Em 243 páginas, o livro conta através de documentos, fotografias e depoimentos a história do teatro desde 1877 até 2017. A obra, publicada através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Fundo Estadual de Cultura do governo de Minas Gerais, foi lançada em setembro de 2021 com uma exposição sobre a memória do teatro no Museu Municipal Francisco Manoel Franco, em Itaúna.