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Os pais e a criança de sete anos, enforcada por um policial militar aposentado após manifestar apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prestaram depoimento nesta segunda-feira (7) em Divinópolis. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito deverá ser ouvido ainda nesta semana. Outros detalhes da investigação serão divulgados após a conclusão do inquérito, acrescenta o órgão. A vereadora na cidade e deputada estadual eleita, Lohanna França (PV), cobrou justiça para o caso.
O caso ocorreu no domingo (30), mas ganhou repercussão na última quinta-feira (3). A mãe do menino registrou boletim de ocorrência. A criança foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, em Divinópolis. A criança passou por exames e em seguida foi liberada.
No boletim de ocorrência, a Polícia Militar informou que esteve na casa da família, no bairro Alto São Vicente, na noite de domingo. Após o relato da mulher, os militares prestaram assistência à família e encaminharam a criança para a UPA. Ainda segundo o boletim, a PM foi até a residência do suposto autor, mas ele não foi localizado.
LOHANHA ACOMPANHA CASO Em pronunciamento na Câmara Municipal de Divinópolis nesta terça-feira (8), Lohanna França, que está acompanhado de perto o caso, questionou o silêncio sobre o assunto entre os vereadores e disse que lutará para que “a justiça seja feita”. A parlamentar afirma que tem prestado orientação e apoio à família, além de acompanhar até às autoridades competentes.
“Nós estivemos na semana passada na Polícia Civil, por duas vezes, estivemos no Ministério Público e também orientamos sobre a representação junto à OAB, pois o suspeito atua como advogado”, explica.
Lohanna diz ainda que a mãe não havia sequer conseguido a cópia do boletim de ocorrência, quando começou a acompanhar o caso. Para a vereadora, a agressão foi descabida, o que a deixa indignada.
“Depois do nosso apoio, felizmente, a situação começou a movimentar-se, inclusive com forte repercussão na imprensa. Vamos lutar para que a justiça seja feita e que a família receba todo o apoio possível”, frisa.
ENTENDA O CASO A mãe da criança, que preferiu não ser identificada, disse ao g1 Centro-Oeste que foi buscar o menino na casa do pai dele e, ao perceber os hematomas no pescoço da criança, questionou o que tinha acontecido.
“Ele [a criança] alegou que tinha ido na padaria buscar um lanche e tinha um policial aposentado que ‘brincando’ enforcou ele, deixando ele sem ar, até quase desmaiar. O pai dele viu, foi lá e falou: não faz isso, você está machucando o menino”, afirma a mulher.
Ainda segundo a mãe da vítima, após a reação do pai da criança, o suspeito teria soltado o menino, que chegou a cair no chão. A agressão ocorreu porque a criança manifestou apoio à Lula.
“Meu filho alega que, na conversa, ele falou que era Lula, e eles estavam discutindo sobre Lula e Bolsonaro. Não sei se foi o jeito que ele falou, mas o autor agrediu ele brutalmente deixando meu filho sem ar”, diz.
A mãe afirmou ainda que desde então o menino mudou de comportamento, está assustado, com medo de sair de casa e tendo pesadelos constantes.
“É muita revolta, por que o agressor nem na delegacia foi. Ele alegou que era um policial e nada aconteceria com ele. Meu filho está com trauma, não dorme e, quando dorme, acorda gritando, pedindo ajuda, dizendo que está sem ar”, desabafa.
Este policial tem que ser punido abuso de autoridade. Parabens Lorrahna ajude esta familia