Capitólio atinge 90% de ocupação hoteleira um ano após tragédia que matou dez e deixou 27 feridos

@viuitauna

A tragédia em Capitólio completou um ano neste domingo (8). Ela causou a morte de dez pessoas, todas ocupantes da lancha de nome Jesus, e outras 27 feridas. A causa foi o desmoronamento de um paredão de pedra de um cânion. O bloco de pedra atingiu três embarcações no Lago de Furnas, colocando em alerta o turismo na região. Passado um ano, o famoso Mar de Minas volta a celebrar o aquecimento das viagens, chegando a 90% da ocupação hoteleira na cidade, entre o fim de dezembro e o início de janeiro.

De acordo com o Governo de Minas, o reposicionamento de Capitólio como destino turístico seguro tem sido impulsionado pela implementação de novas medidas em contínuo avanço no local, fruto do plano Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas, idealizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult).

Imediatamente após o desastre, o Governo de Minas e parceiros anunciaram investimento conjunto de R$ 5 milhões para o plano Reviva Capitólio, com 80 ações de segurança e de impulsionamento do turismo para a região, onde tradicionalmente turistas do mundo inteiro buscam navegar para contemplar de perto as imensas formações rochosas e águas cristalinas. Paradas por cerca de três meses por causa da tragédia, desde março do ano passado as embarcações foram autorizadas a retomar os passeios, mediante cumprimento das regras de segurança.

“Capitólio é um dos destinos mais procurados em Minas Gerais, como reforça a última pesquisa de Demanda Turística divulgada em 2022. Garantir que os turistas continuem visitando a cidade e a região do entorno com segurança, atendendo às suas expectativas, tem sido uma das principais metas dos trabalhos desenvolvidos pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. Ao priorizarmos a revitalização das áreas dos cânions e as ações de prevenção, conseguimos oferecer uma melhor qualidade da experiência turística, o que é bom tanto para o visitante quanto para os profissionais que recebem essas pessoas. Isso é garantia de mais oportunidade de empregos e de geração de renda para esses municípios”, comenta Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.

Sequência mostra queda de paredão rochoso em Capitólio em janeiro de 2022. Foto: Reprodução

ESTUDO GEOLÓGICO Entre as principais medidas executadas até o momento está a finalização do estudo geológico nas regiões rochosas de Capitólio, que agora permite mapear toda a área dos cânions, garantindo a estabilidade dos paredões rochosos, incluindo análises diárias realizadas por um geólogo para identificação de possíveis processos erosivos ou fluxos de água entre as pedras, visando estabelecer um nível rigoroso de segurança para a atividade turística. Junto a essa iniciativa, foi assinado, em novembro do ano passado, convênio no valor de R$ 2 milhões para realização de obra de contenção dos cânions de Capitólio.

Ainda no escopo da prevenção, o plano Reviva Capitólio tem implementado ações de capacitação de segurança, a exemplo de palestras, cursos, webinários e workshops voltados para os profissionais náuticos, como os fiscais e marinheiros, que passaram a ser orientados continuamente sobre a necessidade de uso de capacete nas embarcações, além da restrição de sons mecânicos com o objetivo de prevenir eventuais trincas nas rochas.

“Essas ações trouxeram a possibilidade de resgatar a fauna e flora terrestre daquele local, que é um dos mais lindos do mundo. Hoje é possível ver nos cânions o pato mergulhão, que é típico de nossa região, mas está em extinção. Também é possível ver capivaras e diversos tipos de pássaros no local. O turista que visita Capitólio hoje tem a oportunidade de conhecer ainda mais nossa mineiridade, saborear nossa culinária e ser recebido com todo carinho por aqueles que aqui moram. Agradecemos muito o apoio do Governo de Minas e dos parceiros”, afirma o prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva.

SEGURANÇA E PROTEÇÃO Além das medidas anunciadas, uma parceria entre a Secult e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) permitiu reforçar a segurança da comunidade local e dos turistas, com a implementação da Rede Integrada de Proteção ao Turismo nos municípios de Capitólio, São José da Barra e São João Batista da Glória. Desde junho do ano passado, essas cidades contam com um importante programa de promoção da segurança pública e proteção da cultura e do turismo. A Rede permite maior agilidade para prestar apoio à população em casos de emergência, a partir de uma logística integrada entre a Polícia Militar, Secult, prefeituras, Marinha do Brasil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a comunidade local.

O grupo de trabalho formado para o desenvolvimento e a implementação das ações de reposicionamento de Capitólio como destino turístico seguro conta com a participação do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), além das prefeituras de Capitólio, São José da Barra e São João Batista do Glória, polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Marinha do Brasil, PRF, Instâncias de Governanças Regionais (IGRs), Sebrae, Fecomércio, Sesc, Senac e sociedade civil.

SAIBA MAIS:
Polícia Civil concluiu que a queda das pedras aconteceu em razão de evento natural

A tragédia em Capitólio ocorreu por volta do meio-dia, na data de 8 de janeiro de 2022, em ponto turístico do Lago de Furnas, na altura da rodovia MG-050, km 312. Três meses após o desastre, a Polícia Civil concluiu inquérito policial, apontando que a queda das pedras aconteceu em razão de evento natural — relacionado com o processo de erosão e outros fatores geológicos, comprometendo a sustentação da rocha. No inquérito, as autoridades policiais elencaram sugestões para melhoria da segurança de toda a área, prontamente adotadas no plano “Reviva Capitólio”.

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