Ser pet friendly é bom negócio, mas Itaúna ainda não tem regulamentação para presença de pets no comércio

Carla Corradi
@viuitauna

Companheiros em casa, na hora do lazer ou no auxílio a pessoas com deficiência, os animais de estimação, especialmente cães e gatos, estão presentes na maioria das casas brasileiras. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), a população de animais domésticos no Brasil é de R$ 149,6 milhões e só em 2021 o faturamento da indústria pet, que inclui serviços de acessórios, medicamentos e alimentação, faturou R$ 35,8 bilhões.

Os lucros também podem ser compartilhados por bares, restaurantes, hotéis e até supermercados que acolhem animais em suas dependências. De acordo com uma pesquisa realizada em outubro de 2022 pela consultoria Opinion Box, 43% dos brasileiros consideram muito importante o fato de um estabelecimento comercial aceitar animais de estimação e 44% já deixaram de frequentar algum lugar por este não aceitar pets. No topo da lista estão hotéis e pousadas (52%), seguidos de restaurantes e lanchonetes (49%). Entre os entrevistados, 85% consideram seus animais como parte da família e 72% preferem comprar em empresas que apoiam a causa animal.

Apesar dos dados expressivos, em Itaúna há poucos estabelecimentos que possam ser considerados pet friendly. O município não possui regulamentação para este tipo de comércio e a vigilância sanitária barra animais em estabelecimentos de “interesse de saúde”, o que inclui padarias, supermercados e restaurantes.

Para a professora Paola Salera, 36, ter a possibilidade de frequentar um ambiente pet friendly é um diferencial. Receber animais de estimação em um estabelecimento é um convite a aceitar a família como um todo, avalia.

“Itaúna poderia contar com mais espaços assim porque é um diferencial na hora de escolher um lugar para passear, para mim e para tantas outras pessoas. Não me importo, pelo contrário, de estar em um lugar onde os bichos são bem-vindos. Deveria sempre ser assim se o lugar não oferece riscos para eles, claro”, diz a tutora do Bacon, um buldogue inglês.

Para Paola Salera, tutora de buldogue inglês, receber animais de estimação é um convite a aceitar a família como um todo. Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

A chef de cozinha Mariana Falcão considera que cada vez mais pessoas têm seus animais como grandes companheiros, algo que cresceu ainda mais na pandemia de COVID-19. Mariana conta que conhece clientes e amigos que têm em seus pets grandes parceiros do dia a dia.

“Às vezes a pessoa quer sair, passear, e não pode parar para tomar um café, uma água, porque o ambiente não aceita os animaizinhos”, aponta.

Como empresária, Mariana acredita que um ambiente pet friendly atrai mais clientes. A chef é tutora de sete animais, entre cães, gatos e um jabuti.

“Vejo uma possibilidade de atrair mais gente que tenha esse cachorrinho, ou gatinho, ou qualquer animal que possa sair com ela sem ter o problema de interação com outras pessoas ou outros animais. Eu tenho uma área aberta que me permite isso, com jardins, mas vejo que existem estabelecimentos que até gostariam de ser pet friendly, mas que não é possível por normas da vigilância (sanitária) e pelo espaço físico”.

FALTA CONHECIMENTO OU INTERESSE Por outro lado, a chef de cozinha chama a atenção para a falta de conhecimento dessa possibilidade ou falta de interesse dos comerciantes itaunenses. “Eu não conheço muitos estabelecimentos pet friendly aqui em Itaúna. Acho que a maioria não deve nem conhecer essa possibilidade, ou deve ter esse problema de espaço como eu disse, mas vejo realmente que isso não é uma preocupação muito grande da cidade. Itaúna poderia ser mais atenciosa com essa diversidade, com essa pluralidade sim”, avalia Mariana.

SAIBA MAIS:
Selo pet Friendly é realidade na capital mineira

Em Belo Horizonte, bares, restaurantes e shoppings podem adotar o selo pet friendly desde janeiro deste ano, quando foi sancionada a Lei 11.449, que prevê a certificação oficial para estabelecimentos comerciais que autorizam a entrada, a circulação e a permanência de animais de estimação. O selo deve ficar em local visível logo na entrada, permitindo assim que os clientes identifiquem a opção do estabelecimento.

2 thoughts on “Ser pet friendly é bom negócio, mas Itaúna ainda não tem regulamentação para presença de pets no comércio

  1. Pois é… Libera geral a entrada de bichos nos estabelecimentos só por serem bonitinhos…

    Principalmente em supermercados, padarias, farmácias…

    Depois se lasquem com a presença do fungo Sporotrix brasilliensis spp.

    Procure a reportagem do fungo na BBC.

    JÁ TEMOS NO BRASIL 12.000 CASOS EM CIRCULAÇÃO.

    E O FUNGO, CUJA PRINCIPAL TRANSMISSÃO OCORRE PROVENIENTE DOS ANIMAIS, CACHORRO E GATO, OS PETS FRIENDLYS AI… NÃO TEM MEDICAMENTOS CAPAZES PARA DETE-LO.

    BOA TARDE!

  2. LEMBREM QUE A PALAVRA “PET” DESIGNA UM “N” NÚMEROS DE ESPECIES DE ANIMAIS:
    COMEÇANDO POR FORMIGAS, PASSANDO POR ARANHAS, RATOS, LAGARTOS, GAMBAS, GATOS, PATOS, PORCOS, CÃES, COBRAS, JACARÉS, ONÇAS, URSOS E CENTENAS DE AVES.
    PORTANTO EU SOU TOTALMENTE CONTRA ESSA MODALIDADE.
    QUE SE CONSTRUAM CENTROS ONDE OS “PAIS” DE PETS, MEDIANTE PAGAMENTO, POSSAM “PASSEAR” LIVREMENTE COM SEUS “FILHOS”.

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