Cidade de rico? Itaúna tem a terceira maior renda média de Minas, aponta pesquisa da FGV

@viuitauna

Onde estão os mais ricos no Brasil? Como a pandemia afetou a desigualdade social? Estas são apenas algumas das questões respondidas pelo Mapa da Riqueza, estudo publicado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) nesta semana que aponta que a desigualdade de renda no país é ainda maior do que o imaginado. Somente em Minas, a renda média da população varia de R$ 62 a R$ 8.897 entre municípios. Apesar da diferença gritante, Itaúna aparece no ranking como a terceira cidade mineira na linha de riqueza, com uma renda média de R$ 2.581.

O poder de compra na cidade é proporcionalmente maior à dos municípios vizinhos de Igaratinga (renda média de R$ 394,45), Carmo do Cajuru (R$ 571,14), Mateus Leme (R$ 658,53), Itatiaiuçu (R$ 727,92), Pará de Minas (R$ 1.216,59) e Divinópolis (R$ 1.344,23). No ranking estadual, Itaúna fica atrás apenas de Nova Lima, na Grande BH (R$ 8.897,08), e a capital Belo Horizonte (R$ 2.925,25).

De acordo com a FGV, a pesquisa considera dados de declaração do Imposto de Renda para chegar até o rendimento dos mais ricos, dificilmente apurado por outros levantamentos, que perguntam a renda diretamente à população. Para isso, ela calcula o principal indicador de desigualdade social utilizado no mundo, o índice de Gini. Quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade. O índice habitualmente considerado, calculado pela Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é 0,6013. Já pelo cálculo da FGV, que inclui a renda declarada pelos mais ricos, ele sobe para 0,7068, considerando dados de 2020.

“É como se fosse um salto triplo de desigualdade”, aponta o economista Marcelo Neri, um dos autores da pesquisa.

Cada 0,03 pontos de diferença no índice reflete uma grande variação da desigualdade. O pesquisador reforça que a pandemia de Covid-19 aprofundou a diferença entre os anos de 2019 e 2020 no Brasil.

“Os mais pobres tiveram a renda preservada, com crescimento de 0,2% devido ao auxílio emergencial. Os mais ricos perderam 1,5%. Mas a renda do meio da distribuição, a da classe média, caiu quase três vezes mais que isso, 4,2%. Isso levou a um aumento da desigualdade”, aponta.

Municípios em azul escuro no mapa apresentam maior renda sobre dados de 2020. Foto: Divulgação/FGV

A diferença de renda média da população de cada Estado é marcante. A maior está no Distrito Federal, de R$ 3.147,51. Já a pior está no Maranhão, de R$ 408,98. Minas Gerais aparece em nono lugar do ranking de 27 posições, com uma renda média de R$ 1.153,37, abaixo da média nacional de R$ 1.310.

CIDADES COM MAIORES RENDAS EM MINAS:

  • Nova Lima: R$ 8.897
  • Belo Horizonte: R$ 2.925
  • Itaúna: R$ 2.581
  • Brumadinho: R$ 2.087
  • Lagoa Santa: R$ 2.022
  • Uberlândia: R$ 1.820
  • Juiz de Fora: R$ 1.779
  • Araxá: R$ 1.689
  • Poços de Caldas: R$ 1.633
  • Uberaba: R$ 1.630

CIDADES COM PIORES RENDAS EM MINAS:

  • Verdelândia: R$ 62
  • São João do Pacuí: R$ 78
  • Monte Formoso: R$ 81
  • Cônego Marinho: R$ 87
  • Matias Cardoso: R$ 87
  • Fruta de Leite: R$ 88
  • Pedras de Maria da Cruz: R$ 89
  • Pintópolis: R$ 89
  • Mamonas: R$ 89
  • Santo Antônio do Retiro: R$ 90

Neri destaca que os resultados são uma ferramenta para delinear decisões governamentais. Atualmente, pessoas que ganham um salário mínimo e meio pagam Imposto de Renda, enquanto fortunas advindas de lucros e dividendos de grandes empresas passam à margem dele.

“Os dados ajudam no desenho de políticas públicas, como a reforma do Imposto de Renda e o imposto sobre patrimônio, que parecem estar na agenda”.

ALTAS RENDAS Os lugares do Brasil com mais renda do IRPF por habitante apontados pela pesquisa, foram: unidade da federação – Brasília (R$ 3.148), São Paulo (R$ 2.063) e Rio de Janeiro (R$ 1.754); capitais – Florianópolis (R$ 4.215), Porto Alegre (R$ 3.775) e Vitória (R$ 3.736). Entre os municípios acima de 50 mil habitantes lideram Nova Lima (R$ 8.897), Santana do Parnaíba (R$ 5.791), São Caetano do Sul (R$ 4.698), Florianópolis, Niterói (R$ 4.192), e Santos (R$ 3.783). (com informações de O Tempo)

E MAIS…
Ranking completo dos municípios de Minas

O levantamento com informações de todos os 853 municípios mineiros está disponível no site do Mapa da Riqueza, do FGV Social. Os dados também consideram qual é a renda média de quem declara o Imposto de Renda e o patrimônio líquido da população. Em Belo Horizonte, por exemplo, a renda média apenas dos declarantes sobe para R$ 11.341. A maior renda de declarantes do Estado também é de Nova Lima, de R$ 27.017. No Brasil, ela só perde para a dos declarantes da região administrativa do DF Lago Sul, em que chega a R$ 39.535.

3 thoughts on “Cidade de rico? Itaúna tem a terceira maior renda média de Minas, aponta pesquisa da FGV

  1. Cust de vida em itauna é o maior da região também, tem muitos comendo muchiba e arotando picanha,carro zero a garagem e a bíblia de boleto na gaveta

  2. Contudo, o transporte público de Itaúna,MG, poderia ser mais acessível, ou até mesmo gratuito como em algumas cidades de Minas Gerais.

  3. Estou morando aqui em Itaúna há três meses! É surreal o custo de vida por aqui, faltam cobrar o ar que você respira; em contrapartida, possui uma das Universidades particulares com ótimos cursos e custo mais baixo do Brasil!

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