Santanense não produz desde dezembro e incerteza afeta trabalhadores em Itaúna e Pará de Minas

Carla Corradi
@viuitauna

Os últimos dias foram marcados por protestos de trabalhadores da Santanense e páginas foram criadas nas redes sociais para dar publicidade às dificuldades que os funcionários têxteis têm enfrentado junto à administração da empresa, em Itaúna e Pará de Minas. A centenária companhia de tecidos está em atraso com benefícios e a informação de funcionários, ao @viuitauna, é de que não produz desde dezembro do ano passado.

Planos de saúde foram suspensos, o ticket alimentação não foi repassado nos últimos dois meses e constam ainda débitos no pagamento de FGTS dos colaboradores. A situação de incerteza tem gerado medo e ansiedade em funcionários da maior empresa do setor têxtil da região Centro-Oeste de Minas.

Em Pará de Minas, um protesto foi realizado na quarta-feira (22), em frente à sede da unidade na cidade vizinha.

“A situação está complicada para quem tem que manter a casa e os filhos, não temos retorno e nem posição da empresa”, desabafa uma tecelã de Pará de Minas, que pediu para não ser identificada.

Em Itaúna, a situação não é diferente. De acordo com uma funcionária que trabalha na empresa há 13 anos, muitos funcionários enfrentam dificuldades financeiras.

“Já tem bem tempo que a gente não pode usar o plano de saúde. A Santanense também não estava depositando FGTS. Tem muita gente que está passando necessidade. Depende do pagamento para pagar aluguel, pagar as contas da casa, aí para fazer a despesa está ficando puxado. Também há pessoa reclamando que está passando necessidade”, afirma a colaboradora, que também pediu anonimato.

Uma das maiores reclamações é o fato de a empresa omitir informações aos colaboradores.

“Liga para o departamento (de RH) e ninguém sabe de nada, ninguém dá informação nenhuma. A gente fica sem saber o que está acontecendo mesmo. Se continuar assim eu pretendo sair de lá, porque tenho conta para pagar, o pagamento não é depositado no dia certo. Estou trabalhando dando faxina para não deixar atrasar as contas. A maioria dos funcionários que estava lá e saiu foi por causa disso, por causa das contas e porque não tem dia certo para receber”, diz a itaunense.

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