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O governador Romeu Zema (Novo) oficializou nesta sexta-feira (21), em Tiradentes, na região Central, a inclusão do município no calendário oficial da Inconfidência Mineira. A iniciativa conecta, pela primeira vez, Ouro Preto e Tiradentes na programação especial, tendo em vista a participação dos dois municípios nesse capítulo da história de Minas Gerais. Em Ouro Preto, a solenidade entrega da Medalha da Inconfidência teve dois momentos distintos. O primeiro, na Praça Tiradentes, foi marcado pelas honras militares. Reverenciando a memória de Tiradentes, Zema e o ex-presidente Michel Temer (MDB), homenageado de 2023 com o Grande Colar, depositaram uma coroa de flores junto ao monumento à Tiradentes.
O Dia da Inconfidência é tradicionalmente celebrado em 21 de abril, em alusão a Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), mártir da Inconfidência Mineira, movimento de independência que teve como epicentro a cidade de Ouro Preto, no século 18. Nesta data, a capital estado é transferida simbolicamente para Ouro Preto, como parte das tradições. A data resgata os valores históricos de Minas Gerais, como a luta por um processo mais democrático e de liberdade. Tiradentes foi executado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.
O segundo momento foi marcado pelas condecorações no centro de convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Além do Grande Colar, foram entregues 170 condecorações: 40 Grandes Medalhas, 58 Medalhas de Honra e 72 Medalhas da Inconfidência. Entre os agraciados com a Grande Medalha estão o ex-juiz e ex-Ministro da Justiça, Sérgio Moro (União Brasil), atual senador pelo Paraná, e a artista plástica Yara Tupynambás. Os deputados estaduais Lohanna França (PV) e Eduardo Azevedo (PSC) receberam a Medalha de Honra.
Durante o seu discurso, Zema afirmou que a cada vez que retorna a Ouro Preto para deixar a coroa de flores no busto de Tiradentes e entregar a Medalha da Inconfidência, ele aprofunda o senso de dever e de responsabilidade de ser um defensor da liberdade.
“Por diversas vezes, coube aos mineiros fazer a construção da defesa da estabilidade do Brasil. Na década de 1950, foi Juscelino Kubitscheck, idealizador desta cerimônia e da medalha que entregamos hoje, quem retirou o país de um caos institucional e o levou à pacificação e desenvolvimento, prolongando a continuidade democrática no Brasil. Décadas mais tarde, em 1985, Tancredo Neves, e sua reconhecida capacidade de diálogo e convencimento, trouxe o Brasil à redemocratização”, pontuou.
Zema também mencionou a contribuição de Itamar Franco para, no início da década de 1990, enfrentar as ameaças de instabilidade e conduzir com serenidade o Brasil em uma transição para retomada de crescimento como nação.
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“Inconfidência não foi adiante, mas exemplo perdurou”, diz Temer
Temer agradeceu a condecoração, potencializada pelo local em que foi entregue e tudo o que envolve a cidade e o estado. “Essa solenidade é tão preciosa e significativa porque ultrapassa Ouro Preto e Minas Gerais para atingir todo o país. Honra-me, particularmente, recebê-la aqui, berço de boa parte da história do Brasil, onde já no século 18 florescia o sentimento de independência e autonomia”, recordou o ex-presidente, atribuindo ao movimento um legado que se mantém atual. “A Inconfidência Mineira não foi adiante, mas o exemplo daqueles mineiros perdurou e serviu de inspiração para todos que vieram depois, dando sua vida e sua liberdade física pela liberdade da região e do país”, disse. “Daí a importância rememorativa desta solenidade, para o presente e para nos guiar para o futuro, na região que revelou a luta pela liberdade e pela igualdade”, complementou Temer.
