@viuitauna
Alunos de escolas públicas de Itatiaiuçu e Mateus Leme, com idades entre 7 e 12 anos, terão a oportunidade de participar nos meses de maio e junho de oficinas de produção de arte utilizando pigmentos minerais como matéria-prima. O objetivo do projeto Oficina Brinquedo de Terra: Pigmentos Minerais para o Despertar Artístico-Cultural é fomentar a cultura da utilização de pigmentos minerais em produções artísticas, coletando-os nas regiões onde são realizadas as oficinas.
Neste ano, mais de 500 participantes devem integrar as atividades propostas pelo projeto em Itatiaiuçu, que recebe a continuidade do projeto. Mateus Leme recebe o projeto pela primeira vez.
“Isso estimula o sentimento de pertencimento dos jovens às regiões onde vivem, promove a convivência comunitária e aborda temas atuais relevantes como crise climática e as atuais alternativas de mudanças em nosso modo de vida baseado no consumo de recursos naturais industrializados em larga escala”, afirma a assessoria da iniciativa, promovida pela Terra Cor Brasil, em parceria com a Mineração Usiminas.
O projeto, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, teve início no ano passado e já beneficiou quatro comunidades e dois bairros urbanos, atuando em seis escolas, tendo como público os alunos; e na Associação dos Artesão de Produtores Caseiros e Região de Itatiaiuçu (Acirpa), abertas a toda população.
“O Brinquedo de Terra propicia um contato com a natureza e a cultura local, além de possibilitar uma reflexão sobre os modos de vida sustentáveis. As oficinas de produção de arte também são uma oportunidade para a população se apropriar dos espaços comunitários e dialogar com costumes e tradições locais”, afirma Cláudio Freire, criador e coordenador do projeto.
BRINQUEDO DE TERRA 2023 Nas Oficinas Brinquedo de Terra os alunos recebem informações sobre a técnica ancestral de produção de tintas de terra, por meio da preparação de pigmentos minerais, misturados à água e cola branca para papel, aplicando-as em trabalhos artísticos. Cada participante ganha um “kit” de pintura contendo os pigmentos minerais com cores variadas, coletados na região onde o projeto realiza as oficinas e são estimulados a desenvolverem um pensamento crítico sobre o uso dos recursos naturais na atualidade, e seu papel de agente transformador no contexto de sua realidade local.
GEOTINTAS EM PAPEL E TECIDO Com duração de 2 horas, os alunos recebem noções básicas de desenho e individualmente, praticam o manuseio e preparo das tintas de terra em pequenas porções contendo o pigmento mineral, água e cola, testando diferentes proporções da mistura e aplicando-as em papel e tecido. No final, os trabalhos são expostos e os alunos levam para casa seus kits e seus trabalhos artísticos.
MURALISMO COM GEOTINTAS Com 2 dias de duração, os alunos são estimulados a desenvolverem seus desenhos, considerando seu contexto de identidade e cultura locais. Na etapa seguinte, coletivamente, compartilham informações, preparam um mosaico com os desenhos, ampliam-os na parede escolhida, preparam as tintas de terra e iniciam a magia da realização de um grande mural coletivo que ficará exposto como uma obra de arte ao ar livre.
SAIBA MAIS:
Fenômenos naturais são os criadores das aquarelas minerais
Cláudio Freire, que também assina como Galdino, criador e coordenador do projeto Brinquedo de Terra é artista e engenheiro de minas, com formação autodidata e começou a usar as geotintas para fazer arte em 1998, utiliza processos artesanais na obtenção de cores, por meio da extração de minerais coletados em regiões que são alteradas em suas características originais, com o passar do tempo, ganhando novas formas, texturas e cores. A esse processo, dá-se o nome de “intemperismo”, que produz aquarelas minerais de forma natural. Trabalho ligado à mineração e veia artística levaram Galdino à concepção de iniciativas socioambientais com geotintas.