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O Ministério Público de Minas (MPMG) deflagrou na manhã desta quinta-feira (25) a Operação Gola Alva, cujo objetivo é combater os crimes de corrupção ativa e passiva praticados em um contexto de proposição e aprovação de projetos de lei de alteração de zoneamento urbano municipal de Divinópolis. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão contra dois vereadores, três empresários locais e uma servidora do Poder Legislativo.
Os vereadores Eduardo Print Júnior (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD) são suspeitos de cometerem os crimes de corrupção ativa e passiva, por meio das propostas e aprovações de projetos de lei de alteração de zoneamento urbano municipal. Também foram alvo da operação Cássia de Souza Gontijo Amaral, assessora parlamentar de Kaboja, e os empresários Hamilton Antônio de Oliveira, Eduardo Costa Amaral e Nicácio Diegues Júnior.
A decisão judicial contemplou, ainda, como medidas cautelares, o afastamento do cargo de um dos vereadores, o afastamento da função de presidente da Câmara Municipal de Divinópolis, de outro parlamentar e a proibição de contato entre os investigados. O procedimento investigatório criminal segue em tramitação.
Em suas redes sociais, o vereador Eduardo Print Júnior, presidente da Câmara de Divinópolis, divulgou um vídeo em que se diz surpreso ao receber a notícia da operação e classificou a ação como “uma perseguição política covarde”.
ARRANJOS DE CONVENIÊNCIA E TROCA DE FAVORES A operação cujo nome é uma referência a práticas criminosas não-violentas, com motivação financeira, envolvendo pessoas com elevado status social e autoridades públicas, foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Divinópolis e pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, com o apoio da Polícias Militar e Civil.
Conforme o MPMG, a investigação, que se estendeu por seis meses, escancarou a cultura de arranjos de conveniência e troca de favores escusos, mediante a sistemática mercantilização de alterações legislativas, nas quais resplandecem, exclusivamente, os interesses particulares e financeiros dos envolvidos.
A Operação Gola Alva contou com a participação de dois promotores de Justiça, seis agentes do Gaeco, dois servidores do Ministério Público, nove policiais militares e nove policiais civis.