A Polícia Civil cumpriu nesta quarta-feira (21), no bairro Horto, em Belo Horizonte, mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em desfavor do investigado de 34 anos, que teria abusado sexualmente de diversos adolescentes. De acordo com o órgão, o suspeito se colocava como líder religioso, além de ter criado institutos para proteção de vítimas de abuso sexual. A delegada Thais Degani, responsável pelo inquérito, aponta que as vítimas se sentiam coagidas em denunciar, diante da representatividade do indivíduo no combate à pedofilia.
Na ação, a PCMG também apreendeu o aparelho de telefone celular do homem. Até o momento, três vítimas do sexo masculino foram identificadas: segundo o depoimento, elas tinham à época dos fatos idades de 13 a 17 anos.
A investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) iniciou a partir de denúncias contra o homem, que é líder religioso e atuante em órgãos de combate à violência sexual infantojuvenil na capital. O suspeito também participava de campanhas, eventos e palestras sobre o tema e atraía as vítimas para o circo.
Segundo a delegada, “além de ser líder religioso de uma igreja, o investigado criou um grupo e levava os adolescentes e as crianças para o circo, onde eles faziam atividades circenses e, na maioria das vezes, o investigado arcava com todos os gastos, como transporte, alimentação, etc.”, aponta Degani.
“Ele também criou vários órgãos de combate à pedofilia, ou seja, se portava diante da sociedade como uma pessoa que lutava contra a exploração sexual infantil”, complementa. “Muitas famílias tinham receio de denunciar o suspeito, mas algumas compareceram à unidade policial relatando os abusos sofridos pelos filhos”.
Atualmente, o investigado é coordenador do Fórum de Enfrentando à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e já recebeu condecorações pela atuação na causa.
VÍTIMAS ABUSADAS COM 13 A 17 ANOS Até o momento, três vítimas do sexo masculino foram identificadas, hoje duas delas são jovens, um de 20 e outro de 25 anos. Segundo o depoimento dessas vítimas, elas tinham à época dos fatos idades que variam de 13 a 17 anos.
“Todos os relatos são bem parecidos de como ele praticava os abusos e buscava a confiança de vítimas e familiares”, relata a delegada.
A investigação segue em andamento, inclusive para identificar novas vítimas.