A população de Itaúna chegou a 97.669 pessoas no Censo de 2022, aumento de 14,28% em comparação com o Censo de 2010 (85.463). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (28). No ranking dos maiores municípios de Minas Gerais, a cidade aparece na 35ª colocação. Na região sudeste do Brasil, é a 151ª.
De acordo com o levantamento do IBGE, a população estimada no Brasil agora é de 203.062.512, crescimento de 6,45% em relação ao Censo de 2010. Em Minas Gerais são 20.538.718 pessoas, o que representa aumento de 4,8% quando comparado ao Censo anterior.
A maior parte da população do país (57% do total) habita apenas 319 municípios, o que, de acordo com a publicação, evidencia que as pessoas estão concentradas em centros urbanos acima de 100 mil habitantes. Entre os municípios de mais de 100 mil habitantes com maior aumento percentual no contingente populacional estão Senador Ganedo, em Goiás, que passou de 84,4 mil residentes, em 2010, para 155,6 mil, em 2022 (crescimento de 84,3%), e Fazenda Rio Grande, no Paraná, cuja população era de 81,7 mil e chegou a 148,9 mil (82,3%).
POPULAÇÃO DE CIDADES VIZINHAS:
- Carmo do Cajuru 23.479
- Divinópolis 231.091
- Juatuba 30.716
- Igaratinga 10.830
- Itaguara 13.846
- Itatiaiuçu 12.966
- Mateus Leme 37.841
- Pará de Minas 97.139
Desde 2010, quando foi realizado o Censo Demográfico anterior, a população brasileira apresentou uma taxa de crescimento anual de 0,52%, a menor já observada desde o início da série histórica iniciada em 1872, ano da primeira operação censitária do país. O maior crescimento, em números absolutos, foi registrado entre as décadas de 70 e 80, quando houve uma adição de 27,8 milhões de pessoas. Mas a série histórica do Censo mostra que a média anual de crescimento vem diminuindo desde a década de 60.
“Em 2022, a taxa de crescimento anual foi reduzida para menos da metade do que era em 2010 (1,17%)”, afirma o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte.
O Sudeste continua sendo a região mais populosa do país, atingindo, em 2022, 84,8 milhões de habitantes. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro seguem sendo os estados mais populosos do país. Juntos, os três concentram 39,9% da população brasileira. São Paulo, o maior deles em termos de população, tem 44,4 milhões de habitantes.
QUASE METADE DE MUNICÍPIOS ATÉ 10 MIL HABITANTES Há 5.570 municípios no país e quase metade (44,8%) desse total tem até 10 mil habitantes, conforme o Censo 2022. Nesses 2.495 municípios vivem 12,8 milhões de pessoas.
O diretor de geociências do IBGE, Claudio Stenner, reforça que a redução do número de habitantes nas metrópoles é algo inédito no país.
“Muitas vezes o município núcleo da metrópole, daquela concentração urbana, perde população, mas as cidades vizinhas ganham. Isso tem a ver com o espalhamento do tecido urbano para além dos limites municipais. Isso quer dizer que há expansões novas, até pelo esgotamento de área desse município. É uma parte importante da explicação desse fenômeno”, diz.
124 MILHÕES EM CONCENTRAÇÕES URBANAS Em 2022, o Censo apontou 124,1 milhões de pessoas vivendo em concentrações urbanas, que são arranjos populacionais ou municípios isolados com mais de 100 mil habitantes. Os arranjos populacionais são formados por municípios com forte integração, geralmente conurbados. Essa aglutinação de cidades forma unidades espaciais, como é o caso da capital paulista, núcleo de uma concentração urbana que reúne 37 municípios. Outros exemplos de concentrações do país são Belo Horizonte, em Minas Gerais (23), e Rio de Janeiro (21).
“As concentrações urbanas podem ser formadas por um único município ou por um conjunto de municípios fortemente integrados e articulados entre si que funcionam como uma cidade só. É importante analisar essas informações urbanas porque, por exemplo, muitas vezes o crescimento demográfico se dá pelo espalhamento do tecido urbano de um município para um município vizinho. Então para se entender a taxa de crescimento demográfico desses municípios mais conurbados é preciso olhar para a concentração urbana e as relações que existem ali”, explica Stenner.
Comparado aos dados do Censo 2010, o aumento da população que vive em concentrações urbanas foi de 9,2 milhões de pessoas, o que representa parte expressiva do crescimento do país. No Brasil, são 185 concentrações urbanas e a maior parte delas (80) estava no Sudeste.
CENSO POPULACIONAL EM NÚMEROS:
- A população do país chegou a 203,1 milhões em 2022, com aumento de 6,5% frente ao censo demográfico anterior, realizado em 2010. Isso representa um acréscimo de 12,3 milhões de pessoas no período.
- De 2010 a 2022, a taxa de crescimento anual da população do país foi de 0,52%. Trata-se da menor taxa desde o primeiro Censo do Brasil, em 1872.
- A região Sudeste tem 84,8 milhões de habitantes, o que representa 41,8% da população do país. Os três estados brasileiros mais populosos – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – concentram 39,9% da população brasileira.
- A região Centro-Oeste é a menos populosa, com 16,3 milhões de habitantes, ou 8,0% da população do país.
- Em 2022, as concentrações urbanas abrigavam 124,1 milhões de pessoas, 61%.
- Cerca de 44,8% dos municípios brasileiros tinham até 10 mil habitantes, mas apenas 12,8 milhões de pessoas, ou 6,3% da população do país, viviam em cidades desse porte.
E MAIS…
País tem 90 milhões de domicílios, 34% a mais que em 2010
Embora o crescimento anual populacional brasileiro tenha apresentado a menor taxa da série histórica, houve aumento de 34% no total de domicílios no país: 90,7 milhões, contra 67,5 milhões em 2010. Dos recenseados em 2022, 90,5 milhões eram domicílios particulares permanentes e 72,4 milhões estavam ocupados durante a operação censitária, um aumento de 26% no mesmo período. Os domicílios improvisados somaram 66 mil e os coletivos, 105 mil.
Esse aumento no total de domicílios do país está relacionado ao crescimento expressivo de duas categorias: os vagos e os de uso ocasional. Quando considerados os domicílios particulares permanentes não ocupados, em que há a soma dos dois tipos, o aumento foi de 80%, chegando a 18 milhões em 2022. Os domicílios particulares vagos aumentaram 87%, chegando a 11,4 milhões, enquanto os de uso ocasional cresceram 70% em 12 anos, totalizando 6,7 milhões. Os três municípios com maior percentual de domicílios vagos são nordestinos: São João do Jaguaribe, no Ceará (29,1%), Canavieira, no Piauí (28,1%) e Bom Sucesso, na Paraíba (27,2%).
“Os domicílios vagos são aqueles em que não há ninguém morando. Já os de uso ocasional são aqueles que são ocupados parte do tempo, como os de veraneio. De 2010 para cá, o aumento de domicílios ocupados foi maior, em números absolutos, mas em termos de proporção, os não ocupados tiveram um ganho maior no período”, afirma Luciano Duarte.
De acordo com o demógrafo do IBGE, Márcio Minamiguchi, além do crescimento dos domicílios vagos e de uso ocasional, o aumento também é explicado por uma mudança nas estruturas das famílias do país, que, menores, passaram a ocupar uma quantidade maior de lares.
“Com o envelhecimento da população, que é ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas”, explica.
A mudança provocou também a queda na média de moradores por domicílio no país, que passou de 3,31, em 2010, para 2,79, em 2022.