Após uma professora desabafar ter sido agredida verbalmente em sala de aula, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) emitiu nota informando que a direção da Escola Estadual Padre Luiz Turkenburg, no bairro Padre Eustáquio, tomou providências assim que tomou ciência dos fatos. Segundo a pasta, a Polícia Militar foi acionada, mas após diálogo com as envolvidas, contornou a situação sem a necessidade de registro de boletim de ocorrência. Uma equipe da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Divinópolis fará uma visita à escola nesta quinta-feira (24) para apuração do episódio.
O caso ocorreu na segunda-feira (21) e repercutiu depois de a profissional, que atua há 35 anos na educação, dizer ter desistido da profissão de professora. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ela diz que há um sistema falho na educação do Brasil, em que professores tem de mendigar salários, são desvalorizados e desrespeitados por alunos que “só querem direitos, mas não cumprem deveres”.
“Cheguei à conclusão que a educação pública no Brasil está morta. Somos obrigados a todo tempo a rasurar documentos e alterar dados para que alunos possam passar de ano e aparecer de forma fantástica na mídia brasileira. Alfabetizado, um aluno que chega ao ensino médio e não sabe escrever o seu nome?” questiona.
A professora critica ainda os políticos, afirmando que “é isso que os políticos querem”, e diz que não vê alternativas na educação, avaliando que a atual geração está perdida, sem saber o que é respeito e empatia.
“Cada vez mais pessoas sem instrução neste país, porque assim fica fácil manipulá-los. Está tudo um fracasso. Gostaria de dar os meus sentimentos aos meus companheiros de profissão, porque eu pude, no dia 21 de agosto, matar esse sonho que trazia em mim chamado educação. Para estes alunos só existe a tela e o mundo da fantasia”, desabafa.
A Prefeitura de Itaúna afirma que a professora está aposentada da rede municipal de ensino desde 30 de outubro de 2020. A 9ª Cia de PM alega, por sua vez, que não localizou registro para a o caso.
ABRIU MÃO DE REPRESENTAÇÃO Ao @viuitauna, a professora Luciene Parreiras disse que apenas não seguiu com a representação do ocorrido porque seu marido chegou no momento em que iriam para a delegacia e não permitiu, pois ele não concorda com o fato de uma professora ser agredida em uma instituição de ensino.
“Deveria ser um local em que o respeito deveria ser constante no recinto. Por isso abri mão de meu trabalho, por não acreditar mais na educação pública deste país”, ressalta a professora.
LEIA A NOTA EMITIDA PELA SECRETARIA: