Depois de o @viuitauna publicar queixas sobre as instalações de uma escola de cursos técnicos e profissionalizantes na Rua Silva Jardim, em Itaúna, diversos outros alunos procuraram a reportagem alegando problemas administrativos, de suspensão de aulas e estrutura envolvendo a instituição. A Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) se manifestou por meio de nota, informando que a escola suspendeu as aulas do programa Trilhas de Futuro temporariamente sem conhecimento da Superintendência Regional de Ensino de Divinópolis. Segundo a pasta, que diz acompanhar o caso, os repasses à instituição foram suspensos até a reposição da carga horária prevista. O Teorema se defendeu dos relatos dos estudantes, alegando que passa por um processo de mudança e faz o que estiver ao alcance para que os alunos não sejam afetados. Em resposta às informações do Estado, a escola diz ainda que está com as documentações em dia, já recebeu a visita da inspetoria escolar duas vezes e prometeu protocolar um novo calendário escolar para as aulas noturnas, suspensas há 10 dias letivos – leia mais a seguir.
O Trilhas de Futuro é um projeto do Governo de Minas Gerais para a oferta gratuita de cursos técnicos aos estudantes e egressos do ensino médio.
De acordo com uma das alunas da instituição, a situação que chegou à imprensa é “a gota d’água para demais situações que passamos lá”. A estudante afirma que já voltou às aulas, mas o lugar “está sem estrutura nenhuma para ensino”. “Esta um descaso, tanto para quem já retornou as aulas, quanto para quem está em casa sem nenhuma posição de quando irá retornar”, diz. Um estudante técnico de enfermagem diz que há uma situação de descaso não é só com alunos, como também com professores. “Umas sala minúscula com 32 alunos, sala abafada e quase sentando no colo um dos outros!”.
A ausência de uma estrutura adequada também é apontada por um aluno menor aprendiz. Segundo ele, a escola “sempre foi assim” e atualmente os alunos convivem com obras, barulho, cheiro de tinta e poeira. “Sem ventilador, mesas adequadas. Até quadro falta em uma das salas!”, aponta. Outra aluna afirma que paga curso particular, mas o calendário foi atrasado e sugeriram fazer as aulas junto com o Trilhas de Futuro. “Estamos sem aula, sem laboratório”, afirma.
“A escola sempre foi do jeito que foi falado, literalmente se encontra em uma extrema situação precária e quando os alunos reclamam não adianta de nada”, sustenta uma estudante. “Precisamos que algo seja feito, para que não ficamos ainda mais no prejuízo!”, diz, por fim, outra aluna.
DIREITO DE RESPOSTA Em meio à repercussão do caso no Instagram do @viuitauna, a instituição pediu direito de resposta, sustentando que os relatos dos alunos passaram uma “imagem nada agradável ou verdadeira” a respeito da instituição. “A nível de informação foi dada muita ênfase nas reclamações e nossa resposta ficou vaga, o que não condiz com o enviado”, alegou a direção do Teorema, acrescentando que “fizemos e sempre faremos o que estiver ao alcance para que nossos alunos não sejam afetados”.
LEIA A NOTA EMITIDA PELA SEE/MG:
“Sobre os relatos ocorridos na Teorema Centro de Estudos Educacionais, em Itaúna, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que a instituição de ensino está credenciada para atuação na terceira edição do programa Trilhas de Futuro. A Superintendência Regional de Ensino de Divinópolis, responsável pela coordenação do programa na região, está acompanhando o caso e enviou uma equipe do Serviço de Inspeção Escolar até o local para apuração dos fatos.
As informações levantadas no procedimento de apuração preliminar averiguaram que a instituição suspendeu as aulas temporariamente sem conhecimento da SRE de Divinópolis. Os repasses à instituição estão suspensos até regularização das aulas e a devida reposição da carga horária prevista, o que deve ocorrer o mais breve possível.
Sobre o repasse dos recursos referente ao auxílio transporte e alimentação dos estudantes matriculados no programa, a SEE/MG reforça que os pagamentos estão mantidos e em dia. É importante salientar que a instituição é responsável pelo repasse do recurso aos alunos. A gestão da instituição informou que um novo calendário de pagamentos está em processo de elaboração e que avança juntamente às atividades de limpeza das instalações para o retorno das aulas.
A SRE de Divinópolis manterá a instituição sob supervisão ativa e fiscalização contínua na garantia da prestação de serviços acordados em contrato vigente com a SEE/MG, de forma a evitar quaisquer prejuízos pedagógicos aos estudantes”.
RESPOSTA DO TEOREMA À NOTA DO ESTADO: