Mau cheiro no ar volta a levantar questionamentos em Itaúna; indústria descarta origem e órgão promete vistoria

“Fedendo chiqueirinho”. “Revíramos a casa achando que tinha um bicho morto”. “Ta teeeeenso (sic). Parece esgoto seco”. “O que aconteceu? Tá um fedô (sic) de granja na Prainha”. Estes são alguns dos comentários de cidadãos sobre o mau cheiro que tomou conta do ar em diferentes bairros de Itaúna nos últimos dias. A situação é recorrente na cidade e voltou a virar memes nas redes sociais. Contudo, até agora não ficou comprovada a origem. A Patense, indústria situada às margens da MG-431, garante que o odor não vem das suas atividades. A justificativa é de que, após uma investigação, a empresa concluiu que não houve alterações significativas na rotina de trabalho. Além disso, diz, o cheiro não se assemelha à sua cadeia produtiva – leia mais a seguir.

De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Patense foi vistoriada em 5 de maio, quando a pasta do Governo de Minas verificou que as condicionantes ambientais eram cumpridas. O empreendimento possui certificado para atividade principal de processamento de subprodutos de origem animal, para produção de sebo, óleos e farinha, dentre outras atividades listadas no processo. A Semad ressalta, contudo, que uma nova vistoria ocorrerá nos próximos dias.

Para o gerente Superior de Proteção ao Meio Ambiente da Prefeitura de Itaúna, Marcelo Rezende, não há que se falar em monitoramento de substâncias odoríferas, uma vez que inexistem leis que regulamentem o mau cheiro, diante da dificuldade em relacioná-lo à poluição do ar. Segundo Rezende, algumas substâncias são inerentes à processos produtivos, como suinocultura, fundição, estações de tratamento e torrefação, e somente o Estado tem o poder de emitir licenciamento ambiental e realizar ações de fiscalização à empresa.

“Quanto ao empreendimento, compete cumprir com as condicionantes operacionais, dentro da frequência estabelecida”, ressalta o gerente de Meio Ambiente do Município.

Página do Instagram Itaúna da Zoeira ironizou situação: meme com “máscaras” na Jove Soares

Inicialmente a Patense respondeu a reportagem afirmando que estava empenhada em investigar as causas do mau cheiro, “tomando todas as medidas necessárias para minimizar os inconvenientes causados pelo cheiro desagradável”. Novamente questionada pelo @viuitauna, a empresa, apontada por pessoas nas redes sociais como possível fonte do mal cheiro, disse que verificou que o odor “aparentemente não é proveniente das atividades produtivas”, argumentando que não houve alteração significativa nas atividades.

Segundo a Patense, o cheiro assemelha-se ao de uma granja, o que não guarda semelhança com o processo produtivo. Além disso, ressalta que está situada a uma distância “considerável” da área urbana, o que dificulta a possibilidade de o cheiro ser originado de suas instalações.

“Vários investimentos estão sendo realizados na unidade, visando aprimorar o processo produtivo, melhorar mecanismos de controle e promover a qualidade ambiental. Estamos comprometidos em manter nossas operações em conformidade com os padrões exigidos”, ressalta a Patense, por meio da área de governança corporativa.

Unidade da Patense em Itaúna: empresa tem licença para processamento de subprodutos de origem animal

O QUE DIZ A SEMAD:

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que o empreendimento Indústria de Rações Patense Ltda foi vistoriado no dia 5 de maio deste ano, quando foi realizada análise do cumprimento das condicionantes impostas no processo de licenciamento ambiental. Na ocasião, a fiscalização concluiu que as condicionantes estavam sendo cumpridas ou dentro do prazo para cumprimento, e que o empreendimento executava as atividades dentro dos parâmetros exigidos pelas legislações ambientais, inclusive quanto ao monitoramento dos efluentes atmosféricos. Cabe salientar que uma nova vistoria está agendada para os próximos dias.

O empreendimento em questão possui certificado de licenciamento ambiental de Licença de Operação Corretiva (LOC) para a atividade principal de processamento de subprodutos de origem animal para produção de sebo, óleos e farinha, dentre outras atividades listadas no processo”.

NOTA EMITIDA PELA ASSESSORIA DE IMPRENSA DA PATENSE:

“Assim que a empresa teve conhecimento desse odor, rapidamente iniciou uma investigação sobre essa origem. Entretanto, foi verificado que o mau cheiro, aparentemente, não é proveniente das atividades corriqueiras, tendo em vista que não aconteceu quaisquer alterações significativas na rotina da fábrica.

O odor relatado assemelha-se com cheiro proveniente de granja, o que não tem semelhança com a cadeia produtiva da Patense.

A Patense está 100% comprometida em manter as operações em conformidade com os padrões exigidos e toma todas as medidas necessárias para garantir que as atividades permaneçam dentro desses padrões a fim de ter menor impacto negativo possível à comunidade”.

2 thoughts on “Mau cheiro no ar volta a levantar questionamentos em Itaúna; indústria descarta origem e órgão promete vistoria

  1. Deixo minha casa à disposição das autoridades, fiquem aqui no momento que a Patense solta a fumaça de mau cheiro , não haverá dúvida.

  2. O que fede em Itaúna:

    As intenções e os pensamentos: de Neider, dos vereadores… E evidente dos itaunenses – que coitados – os elegeram.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Previous post Coletivo quebra ponta de eixo e fecha a Jove Soares
Next post Adolescente foi apreendido com faca em escola no Centro de Itaúna