Advogado de biomédica apresenta argumentos de defesa em podcast em Itaúna

Ao lado da biomédica Lorena Marcondes, o advogado Tiago Lenoir participou do podcast Rocha News Cast, gravado em Itaúna, apontando os argumento da defesa para o indiciamento por homicídio doloso, apresentando pela Polícia Civil no último dia 24. Durante o bate-papo com Rocha e Chacal, na segunda-feira (30), Lenoir disse acreditar que não houve dolo por parte da cliente, apontou que o procedimento realizado foi um lipolaser, e não uma lipoaspiração, criticou a cobertura da imprensa, e disse que a morte da paciente Iris Nascimento era “completamente imprevisível”. Para o advogado, a prisão da biomédica foi arbitrária.

Lenoir, que é especialista de tribunal do juri, com 323 defesas realizadas, e professor universitário em Nova Serrana, disse estar tranquilo em relação ao caso, por entender que “ela jamais quis matar a pessoa ou teve a intenção de matar ou assumir qualquer risco para que ela viesse a falecer”. Lorena permaneceu em silêncio durante o podcast, acompanhando a fala do representante legal.

“A gente não tá falando de uma assassina, de uma criminosa, de uma pessoa que cause um risco à sociedade. A gente tá falando de uma profissional séria, com 12 anos de biomedicina, que saiu de casa mais um dia para trabalhar. E Infelizmente aconteceu uma situação dessas. Era completamente imprevisível por ela”, iniciou o advogado.

Lenoir sustentou que a Polícia Civil não está preparada para trabalhar com um caso com esta complexidade e tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito. O advogado diz ser um “grande absurdo” achar que a biomédica tinha a intenção da matar a vítima no dia que estava trabalhando. Este seria o “grande pulo do gato do processo”.

“Eles não estão acostumados a lidar com um caso complexo como esse. A Polícia Civil não foi preparada para trabalhar com uma perícia específica como da biomedicina. Rotineiramente a polícia se depara com bandidos de verdade. Crimes de tráfico, roubo, assassinos dolosos, com a intenção de matar”.

O advogado refutou a conclusão do inquérito, apontando que a paciente foi submetida à uma lipoaspiração. Lenoir argumenta que a clínica de Lorena Marcondes não tinha condições de fazer o procedimento, por requerer uma “máquina enorme” para fazer a sucção da gordura, cânula, anestesia, e equipe médica. O que foi feito, argumenta, foi um procedimento de lipolaser.

“O que a biomedicina autoriza é a utilização do laser para procedimentos estéticos. Ela fez um curso específico para manipular essa máquina”, afirma, acrescentando que a biomédica nunca havia tido nenhuma intercorrência ou boletim de ocorrência contra ela. “Nunca respondeu a processo cível ou no conselho criminal, no conselho regional de biomedicina”, acrescenta.

De acordo com Tiago Lenoir, logo após o início do procedimento a paciente passou mal e a biomédica chamou uma equipe médica, um cardiologista, que atua no mesmo endereço. Ele não soube afirmar exatamente quem acionou o SAMU, mas garantiu que a ligação saiu de dentro da clínica, onde a biomédica permaneceu “o tempo todo”. A paciente veio a falecer horas mais tarde, no hospital.

“Naquele momento o SAMU chegou e ficou mais de 1h fazendo massagem cardíaca. Aconteceu uma intercorrência médica que não era prevista por ninguém”.

A defesa defende a tese de que a morte ocorreu por imprudência, negligência da biomédica ou uma concausa, quando duas situações coexistem para a existência de um resultado.

“A Iris chegou bem (no consultório). Não foi explorado na coletiva de imprensa que a vítima tomava um ansiolítico, um antidepressivo. Vamos investigar isso também. Se o Pondera, em contado com a Lidocaína, poderia causar um choque anafilático e consequentemente, uma parada cardiorrespiratória. São linhas de investigação que a polícia poderia ter explorado”, questiona o advogado.

“CRIMINALIZAÇÃO DA ESTÉTICA” Lenoir disse ainda que não houve dolo por parte da biomédica, como apontado pela Polícia Civil, e sustenta que os pacientes, quando iam ao consultório, sabiam exatamente o procedimento o qual seriam submetidos. Segundo ele, há uma criminalização da estética, que “é boa para a saúde mental das pessoas”, mas isso não é explorado”.

O advogado negou ainda que a biomédica tenha falsificado o carimbo de outra médica de Divinópolis.

“Tinha uma parceria comercial e amizade com essa médica. Era comum de a Lorena indicar pacientes para essa médica e essa médica indicar para ela. O que ela está sendo acusada é de falsificar a assinatura de uma médica, o que é uma inverdade. Da Lorena eu garanto que não foi”.

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