Com salários e benefícios novamente em atraso, funcionários da Tecidos Santanense em Itaúna se reuniram na manhã desta quarta-feira (31), na Câmara Municipal, com o superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Minas Gerais, Carlos Calazans. Do encontro, ficou acertada a promessa de um diálogo do MTE com a direção da empresa, para entender a real saúde financeira e os compromissos da centenária companhia de tecidos, além de buscar ações junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Justiça do Trabalho para preservar os direitos dos trabalhadores.
Calazans revelou ter ficado surpreso com a situação da Santanense em Itaúna e apontou que o bloqueio de bens pode ser a saída para os funcionários conseguirem receber os recursos a que tem direito. O representante do MTE disse que a medida foi acatada pela Justiça para trabalhadores da unidade do grupo Coteminas em Montes Claros, na região Norte do Estado, onde a companhia emprega cerca de três mil pessoas.
“Entendemos que a ação mais importante é a empresa pagar os trabalhadores de forma correta e continuar gerando emprego e dividendos para a cidade”, comentou Calazans.
A deputada estadual Lohanna França (PV) disse que tem acompanhado de perto as manifestações, bem como cobrado à Prefeitura de Itaúna um mínimo de suporte para baratear a tarifa do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) para os atingidos, além de intermediar a situação junto à políticos como o senador Rodrigo Pacheco (PSD).
“Já fizemos o mesmo pedido à Cemig no nível do Estado. Só que temos de ter a noção de que estamos em um governo que não liga para os trabalhadores e não se envolve em questões de nível social”, criticou a deputada.
Para Lohanna, a primeira saída encontrada para a atual situação da empresa é judicializar os atrasos de pagamentos. A segunda saída, aponta, é política.
O Sindicato dos Tecelões, representado pela advogada Sandra Vitor, ressaltou que tem protocolado diversas ações na Justiça e conversado com sindicatos de outras cidades.
“Protocolamos várias ações na Justiça do Trabalho. Temos conversado com os sindicatos de Blumenau (SC), Montes Claros, Pará de Minas e Campina Grande (PB). Todos na mesma situação”, disse Vitor.
SITUAÇÃO AFETA A CIDADE A vereadora Edênia Alcântara (PDT), que convidou Calazans e convocou a reunião, ressaltou que a ausência de uma reposta da empresa para os funcionários afeta a cidade. Edênia disse ainda que tem mobilizado a sociedade para entender a gravidade da situação.