O crescimento do mercado pet, impulsionado pelo aumento da população de animais de estimação e a mudança na percepção social sobre os pets, hoje considerados membros da família, abre um leque de oportunidades para o setor. Pesquisa elaborada pelo Núcleo de Estudos e Inteligência da Fecomércio aponta que Minas Gerais acompanha a tendência, com 23,4% da demanda da região Sudeste e mais de 11,7 mil empregos gerados. Apesar de apenas 1/3 dos pet shops ter atendimento veterinário, esta é uma oferta de produto que pode gerar um diferencial para os clientes. Os empresários do setor também se atentam à programas de fidelidade (33,9% dos pesquisados); programas de assinatura (16,9%); desconto no mês de aniversário do pet (13,6%) e banhos terapêuticos (3,4%). Segundo o levantamento, 35% dos pet shops aderiram as vendas online: ou seja, ainda há muito espaço para crescer.
O panorama explora desde o perfil dos consumidores até as tendências de consumo, demonstrando a crescente economia do setor. Foram avaliados 353 estabelecimentos, entre 5 e 13 de maio, com aplicação de questionários por telefone em uma amostra proporcional de pet shops e margem de erro de 5%.
A pujança da indústria pet se deve ao crescente investimento dos tutores em seus animais de estimação, que cada vez mais são considerados membros da família, e, com isso, há um maior investimento dos donos com produtos e serviços diversificados, indo além da alimentação e incluindo serviços como banho e tosa, transporte, creches, cuidados veterinários e até planos de saúde para os seus pets. De 2022 para 2023, a indústria pet (alimentação, acessórios e medicamentos) faturou R$ 47,01 bilhões, 0,47% do PIB brasileiro. O total de pets no Brasil era de 167,6 milhões, valor 3,6% superior que o observado em 2021.
Acompanhando esta tendência, 66,0% dos pet shops de Minas Gerais oferecem produtos e serviços e 34,5% dos estabelecimentos contam com o atendimento médico veterinário.
“Hoje é observado que o cuidado com os pets vai além da alimentação, atingindo também a busca por banho e tosa, transporte, creches, cuidados veterinários e outros produtos e serviços que garantem uma melhor qualidade de vida para os animais de estimação. Segundo 67,2% dos pet shops, o gasto médio dos seus clientes gira em torno de R$ 25 a R$ 100”, destaca Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG.
Antes da pandemia de COVID-19 o segmento pet tinha 4.647 empresas formais. Em 2022, este número passou para 5.133 estabelecimentos, crescimento de 10,46%. Em contrapartida, na mesma comparação temporal, o setor do comércio varejista retraiu -14,72%, passando de 255.797 empresas em 2019 para 217.755 em 2022.
No levantamento realizado pela instituição, foi possível observar os tipos de produtos mais vendidos no comércio mineiro, os serviços mais aderidos pelos consumidores – de acordo com os empresários, a adesão do comércio on-line pelos entrevistados, assim como os motivos para não adesão, os canais de vendas pela internet utilizados, entre outras características que fazem esse mercado ser atrativo no estado. Segundo o levantamento, os pet shops têm ampliado seu mix de produtos e serviços para atender a demanda dos clientes.
PRODUTOS MAIS BUSCADOS:
- Alimentícios (57,2%)
- Medicinais (33,7%)
- Acessórios para o animal (31,8)
- Higiene (28,9%)
- Vestimentas (6,4%)
SERVIÇOS MAIS BUSCADOS:
- Tosa (70,2%)
- Transporte (34,3%)
- Hospedagem (5,4%)
- Passeador de cães (3,5%)
- Adestramento (1,2%)
Em relação aos serviços veterinários, 34,5% dos pet shops possuem este tipo de atendimento, dos quais 29,8% atendem a todos os tipos de animais.
“Embora aproximadamente 1/3 dos pet shops possuam atendimento veterinário, esta é uma oferta de produto que pode gerar um diferencial para os clientes. Acrescido a isso, há também a oferta de planos de saúde para os pets, que é oferecida por 1,1% dos pet shops mineiros. Apesar de ainda pequeno, esse mercado segue em expansão e atento a uma rotina de cuidado crescente por parte dos tutores”, aponta Martins.
VENDAS ON-LINE Segundo o levantamento, 35% dos pet shops já adotaram as vendas online, enquanto 57,8% ainda não embarcaram nesse modelo e 6,3% manifestam intenção de fazê-lo. Entre os motivos que retardam a adesão ao comércio eletrônico, destacam-se a falta de interesse, o porte pequeno das empresas e a escassez de tempo. Entretanto, é importante ressaltar que a maioria dos estabelecimentos que planejam ingressar nesse setor pretendem fazê-lo em um prazo de até um ano.
Os canais online mais utilizados pelos pet shops são o WhatsApp e as redes sociais, evidenciando uma preferência por plataformas de comunicação instantânea e interação social.
“Dessas vendas online, 53,7% correspondem a até 20% do faturamento total dos estabelecimentos”, acrescenta a Fecomércio.
E MAIS…
Setor está empregando mais
Assim como o faturamento, o número de empregos formais no âmbito do comércio varejista e serviços também apresentou aumento nos últimos cinco anos. No Brasil, em 2020, havia 81.540 empregos formais pertencentes ao mercado pet – representando 0,29% do setor terciário no período. Hoje esse número chegou a 107.085 empregos formais (0,33% do setor terciário), apontando que não somente houve aumento dos empregos formais, como também houve aumento na participação dentro de setor. Em Minas Gerais essa tendência se repete – saindo de 9.037 empregos formais em 2020 para 11.738 em 2024, participação que saltou de 0,33% do setor terciário para 0,37% dele.