Congados e reinados são reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas

O Governo de Minas celebra um marco para as culturas de congados e reinados do estado, já que a expressão cultural passou a ser reconhecida como Patrimônio Cultural de Minas Gerais. O reconhecimento é fruto de pesquisa e dossiê organizados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) desde 2021. A catalogação e pesquisa das expressões culturais para a produção recebeu mais de 900 cadastros de guardas ou ternos de reinados e congados de Minas Gerais.

O resultado é fruto de trabalho coletivo, apresentado e reconhecido por votação em reunião do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). O conselho fez a deliberação do tema fundamental para a salvaguarda, preservação e promoção dessas tradições populares, acompanhada pela comunidade de congadeiros, com os cantos, tambores e indumentárias únicas.

Após a votação, o vice-governador Mateus Simões, e o secretário de Estado de Cultura e Turismo Leônidas de Oliveira, entregaram o certificado à Rainha Belinha, Rainha Conga do Estado Maior de Minas Gerais e da Guarda de Moçambique. Eles acompanharam os congadeiros em cortejo pela Praça da Liberdade até o Palácio da Liberdade, no último sábado (2), onde ergueram a bandeira de Nossa Senhora do Rosário. Durante a cerimônia, também foi exibida a bandeira de ferro fundido de Ouro Preto, que possui mais de 200 anos. Produzida com técnicas africanas, a bandeira foi encontrada na Capela de Nossa Senhora das Necessidades, em 2020.

“A presença dos congados na Alameda da Liberdade representa um pouco daquilo que queremos que seja o normal e o cotidiano, do respeito à nossa cultura ancestral religiosa em Minas Gerais”, afirma Mateus Simões.

O trabalho de resgate do senso de cultura, enquanto produção popular, também foi elogiado pelo vice-governador. “Essa é a produção que representa a nossa sociedade. Não é uma crítica à cultura erudita, mas não é essa cultura erudita europeia que representa quem é o nosso povo mineiro”.

IMPORTÂNCIA HISTÓRICA, SOCIAL E CULTURAL O dossiê produzido pelo Iepha-MG ressalta a importância histórica, social e cultural dos congados e reinados e define ações de salvaguarda para proteger essas tradições, garantindo que essa cultura se mantenha viva e valorizada em Minas Gerais. Esses passam a ser o décimo bem cultural imaterial reconhecido pelo Estado.

“Compete a cada um de nós preservar, dentro de nossas famílias, as tradições que nos foram ensinadas por aqueles que palmilharam a terra antes de nós. Quando esquecemos de onde viemos, é fácil não saber mais para onde estamos indo”, frisou o vice-governador, ao lembrar o trabalho de transmissão de legado dos congadeiros.

“Nossos congadeiros preservam a noção e a memória de suas origens, e carregam em suas famílias a orientação de para onde eles vão. Que Minas Gerais continue sendo o berço da inovação a partir da tradição, e que as congadas continuem sendo parte central de Minas, onde religiosidade, cultura, turismo e tradição forjam os mineiros mais fortes do que nosso ferro e mais valorosos do que nosso ouro”, disse ainda Mateus Simões.

O secretário de Cultura e Turismo de Minas enfatizou: “Todos vocês, mestres e mestras das congadas, mantêm acesa essa chama da fé na terra de Minas Gerais. A história e a eternidade que o patrimônio histórico tem, e uma declaração dessas, é para que essa tradição se perpetue”, concluiu Leônidas de Oliveira.

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