Estudante de Itaúna na Unb tem projetos aprovados no maior congresso aeroespacial do mundo

O estudante de engenharia aeroespacial da Universidade de Brasília (Unb) João Victor Alves, residente de Itaúna, teve três projetos de pesquisa aprovados no maior evento aeroespacial do mundo, o International Astonautical Congress (IAC 2024), que acontece de 14 a 18 de outubro em Milão, na Itália. Na oportunidade, João pretende apresentar desenvolvimentos no campo de sistemas espaciais, frente às maiores mentes de pesquisa satelital do mundo. A oportunidade do jovem estudar na UnB surgiu com a realização do Exame Nacional do Ensino Médio em 2018. A instituição de Brasília é umas seis universidades públicas no país a ofertar o curso de engenharia aeroespacial, juntamente com ITA, UFSM, UFABC, UFMG e UFSC.

“A Universidade de Brasília já era reconhecida no meio pela sua forte capacidade em ofertar infraestrutura em pesquisas em foguetes e satélites, possuindo dois satélites já lançados ao espaço, os satélites SERPENS e Alfacrux”, aponta.

Por sempre se interessar por tecnologia, João escolheu a UnB para trilhar a carreira no campo de engenharia de satélites, espacialmente na área de engenharia de sistemas espaciais. Ele explica que o setor de satélites é o com maior força e apoio no setor aeroespacial brasileiro. Atualmente o Brasil conta com diversos satélites em desenvolvimento, dentre eles o Satélite Sino-Brasileiro (CBERS-6) produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em uma parceria com a China, e o SatVHR produzido pela Visiona Tecnologia Espacial, onde atua como estagiário, sendo desenvolvido com diversas co-executoras e financiado pelo FINEP.

Simulação Orbital do Satélite Arara

“O IAC é definitivamente uma oportunidade ímpar para toda aquela pessoa que deseja trilhar carreira no setor espacial, pois é onde estão os maiores players do planeta, como SpaceX, NASA, Blue Origin, etc. Se reúnem para conhecer os últimos desenvolvimentos nos campos de satélites e foguetes. Na edição de 2022, um dos trabalhos aceitos foi apresentado na mesma seção de um trabalho da NASA, e tive a oportunidade de acompanhar em primeira pessoa os avanços da NASA no foguete Artemis, próximo foguete levar a primeira mulher a Lua”, conta.

PROJETOS DE PESQUISA APROVADOS
Cada projeto tenta observar a atuação dos satélites sob uma perspectiva
:

  • Estudo “spin-off” do satélite GAMASAT-02 desenvolvido pela Gama CubeDesign: primeira equipe de desenvolvimento em nano satélites do Centro-Oeste brasileiro, a qual o itaunense é um dos cofundadores. O satélite tem como objetivo estudar as descargas elétricas na atmosfera, com o estudo da viabilização do monitoramento em tempo real de raios no território brasileiro. A missão foi desenvolvida em parceria com o INPE. O estudo tem como objetivo a validação dos sistemas energéticos e de comunicação do satélite para qualificação espacial, via simulações computacionais.
  • Desenvolvimento teórico de constelação de satélites para a Marinha do Brasil: com o objetivo de monitorar a Amazônia Azul (Águas Jurisdicionais Brasileiras) através do programa SisgAAz (Programa de monitoramento ambiental da Amazônia Azul). É o projeto de maior complexidade já desenvolvido pela Gama CubeDesign, tendo como objetivo principal capacitar os estudantes no desenvolvimento em alto nível no design de missões espaciais. O estudo propõe o desenvolvimento da configuração orbital da Constelação Arara, otimizando a cobertura dos satélites sob o território brasileiro.
  • Com informações reservadas, o terceiro estudo se baseia no impacto das perturbações gravitacionais no sistema energético de nano satélites.
Satélite ARARA em seu conceito de missão

Agora João tenta coletar recursos para a viagem de participação do evento em instituições de pesquisa como Finatec e FAPDF. O jovem está bastante animado e afirma que, mesmo que não consiga viajar para realizar a apresentação dos projetos, a aceitação no congresso já é uma “felicidade indescritível”.

“Participei da edição de 2022 em Paris, onde apresentei outros dois trabalhos desenvolvidos aqui na UnB. Na edição de 2022 a equipe teve apoio do Ministério da Educação (MEC) e Agência Espacial Brasileira (AEB)”, aponta.

Equipe Gama CubeDesign no INPE durante os testes ambientais do GAMASAT-02

VISÃO E META Aos jovens itaunenses que almejam construir uma carreira internacional, João diz ainda que o “segredo” é se imaginar como a pessoa que você quer ser e estabelecer aquilo como meta.

“Não existe tarefa ou meta impossível. Toda meta é realizável se dividida em pequenas metas gerenciáveis. Foi com essa mentalidade que pisamos na Lua”, afirma.

4 thoughts on “Estudante de Itaúna na Unb tem projetos aprovados no maior congresso aeroespacial do mundo

  1. É com muito orgulho que li essa matéria. Saber que alguém de minha cidade está brilhando nos estudos é muito bom.

  2. Muito fera, só uma correção: A Universidade Federal do Maranhão(UFMA) também oferta o curso de Engenharia Aeroespacial.

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