O ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, preso em Juatuba, na Grande BH, teve um alvará de soltura concedido pela Justiça e responderá em liberdade o processo em que é acusado de estupro de vulnerável. A decisão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu um habeas corpus ao investigado. Ele responderá à acusação de estupro de vulnerável com o uso de tornozeleira eletrônica.
Bernardino deixou o sistema prisional na tarde desta quinta-feira (28), como confirmado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Ele é apontado como autor de uma série de abusos a meninas e mulheres entre as décadas de 1980 e 2010.
A Polícia Civil informou que as investigações contra o ex-padre apontam para mais de 50 vítimas. Cerca de dez já foram ouvidas pelas autoridades policiais, mas a PCMG reforça o pedido para que possíveis outras vítimas compareçam a uma delegacia para realizar denúncia, mesmo que o crime já tenha prescrevido.
“É necessário que essas outras vítimas procurem uma delegacia de polícia para noticiar essa esse crime, porque enquanto mais vítimas a gente conseguir localizar, maior vai ser a pena e mais perto da justiça vai estar”, afirma Ana Paula Gontijo, da Delegacia Regional de Juatuba.
Conforme apurado pelo jornal O Tempo, entre os argumentos apresentados pela defesa para a soltura do acusado, estão comorbidades de saúde, idade avançada e a passagem de tempo desde os crimes. Até o julgamento, Bernardino está proibido de fazer contato com qualquer uma das vítimas ou testemunhas incluídas no inquérito policial.
VÍTIMAS FRUSTRADAS A advogada das vítimas, Ana Carolina Oliveira, disse ter recebido a informação com surpresa. Segundo ela, as mulheres que denunciam o ex-líder religioso estão “perplexas e frustradas”.
“Fomos surpreendidas e recebemos a notícia com bastante pesar. Foram três anos de muito trabalho para conseguirmos a prisão”, lamentou.
O ex-padre havia sido preso em 23 de outubro em Juatuba, em continuidade à uma investigação de abusos sexuais contra crianças em um sítio no município de Tiros, no Alto Paranaíba. As investigações acerca do crime de estupro de vulnerável, conduzidas pela delegacia de Polícia Civil em Tiros, partiram da denúncia de um caso ocorrido em 2016, quando uma vítima, de quatro anos à época, teria sofrido abusos durante uma festa de casamento na propriedade. (com informações de O Tempo e Itatiaia)
