Dois homens foram presos e um terceiro identificado, com mandado de prisão em aberto, suspeitos do triplo homicídio registrado no dia 4 de novembro em Santanense, em Itaúna. Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado por vingança: os suspeitos presos, acompanhados de outros dois indivíduos, saíram de Belo Horizonte para Itaúna com o objetivo de vingar a morte do comparsa, chefe de uma facção rival do tráfico de drogas na região do bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte, em 29 de outubro. Uma das vítimas, um jovem de 20 anos que trabalhava em uma hamburgueria em Santanense, não tinha nenhum envolvimento com os criminosos. “Ele estava no lugar errado, na hora errada”, disse o delegado João Marcos Amaral, durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (27), na delegacia de Itaúna.
Na ocasião do triplo homicídio, três jovens, dois de 20 anos e um de 25, estavam em um bar na Rua Sebastião Soares, em Santanense, quando foram alvejados a queima-roupa com vários disparos. A perícia apreendeu no local 41 estojos e 20 projéteis deflagrados de munição de pistola 9mm. O SAMU compareceu no local e confirmou os óbitos das vítimas.
De acordo com a PCMG, a vítima inocente, de 20 anos, não tinha nenhuma relação com os integrantes da gangue de Belo Horizonte, não tinha nenhuma passagem pela polícia e não estava junto com os outros dois no bar. As investigações apontam que o itaunense tinha o hábito de passar no bar para comer macarrão e tomar refrigerante e naquela noite ele se sentou próximo dos outros dois.
“Como ele tinha uma semelhança com um terceiro indivíduo que tinha saído do bar mais cedo, eles acharam que era o outro e mataram os três. Todos foram vítimas de disparos a curta distância de pistola 9mm”, relatou o delegado.
Na manhã desta sexta-feira, a Operação Olhos D’Águia cumpriu três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão na capital, em resposta ao triplo homicídio. A ação resultou na prisão de dois homens, de 21 e 23 anos, além da apreensão de R$ 5.450 em espécie e cinco aparelhos celulares. Um terceiro suspeito, de 27 anos, continua foragido.
RECEPTAÇÃO Um dos veículos usados no crime estava clonado e foi abandonado em uma estrada vicinal em Itaúna. Outros automóveis deram suporte logístico à ação criminosa. Durante o cumprimento dos mandados, um dos presos foi flagrado com um celular furtado e autuado em flagrante pelo crime de receptação.
“A prisão temporária, com prazo inicial de 30 dias, permitirá o aprofundamento das investigações, incluindo a análise dos materiais apreendidos e a busca pelo suspeito foragido”, afirmou o delegado responsável.
Os dois presos foram encaminhados ao sistema prisional, onde permanecem à disposição da Justiça. As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Homicídios em Itaúna, e contou com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da PCMG para o cumprimento dos mandados.