Município pede anulação de acordo de R$ 18 milhões com a Viasul

A Prefeitura de Itaúna solicitou à Justiça a anulação do acordo feito pela gestão anterior para o pagamento de R$ 17.991.661,40 em dez parcelas à concessionária Viasul, em precatórios, como forma de reequilíbrio de contrato. O pedido, feito nesta terça-feira (7), foi confirmado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em apuração do @viuitauna. Segundo o órgão, não houve a homologação do acordo, como pleiteado pelo ex-prefeito Neider Moreira (PSD). A empresa de ônibus alega prejuízo na pandemia, apesar de não ter renovado a frota e realizado investimentos no sistema no período.

Após a publicação, o prefeito Gustavo Mitre ressaltou em nota o compromisso de atual gestão com o uso responsável dos recursos públicos. “Um acordo de tal magnitude, no valor de R$ 18 milhões, deveria contemplar benefícios diretos para os usuários do transporte coletivo, que são os principais interessados neste processo”, disse. Mitre também destacou que a situação do transporte coletivo de Itaúna será amplamente debatida em momento oportuno com a Câmara Municipal, a empresa e outros atores, buscando soluções que atendam aos interesses da população.

De acordo com a Procuradoria Geral do Município, o pedido de homologação fere o artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe gestores de assumir compromissos financeiros sem disponibilidade de caixa nos últimos 180 dias de mandato. Ainda segundo a Procuradoria, o acordo, se analisado mais detalhadamente, beneficiaria quase exclusivamente a Viasul, sem apresentar contrapartidas significativas para a população ou melhorias no serviço de transporte coletivo.

“O governo Gustavo Mitre aguarda agora o parecer da Justiça sobre o pedido de anulação do acordo, confiando que a decisão será pautada nos princípios legais e no interesse público”, acrescenta a Prefeitura.

Em 27 de dezembro, a Viasul entrou com pedido de tutela antecipada, reiterando o pedido de homologação do acordo, defendendo a continuidade da autorização para que veículos acima da data máxima de 12 anos de uso possam permanecer em operação para “atender as necessidades da população”.

Na ocasião a juíza de plantão determinou a devolução do autos após o recesso da Justiça, alegando que que não se trata de expediente “urgente”, que envolve réu preso e não se enquadrando o pedido cautelar nas hipóteses previstas na Resolução nº 966/2021 do TJMG.

ACORDO INDEFERIDO Como mostrou o @viuitauna, em abril a Justiça já havia indeferido o acordo, firmado em audiência de conciliação.

Na decisão, o juiz Herrmann Emmel Schwartz, da 1ª Vara Cível da Comarca de Itaúna, disse que o acordo não poderia ser homologado porque a forma de pagamento prevista afronta o disposto no art. 100 da Constituição Federal. Conforme o artigo, exceto no casos de créditos de natureza alimentícia, pagamentos devidos pela Fazenda Municipal “em virtude de sentença judiciária só poderão ser realizados na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim”.

A empresa recorreu ao TJMG e, novamente foi derrotada, com sentença daquele órgão de que o pagamento do valor não poderia ser homologado sem a inclusão na ordem de pagamento de precatórios. Porém, nos últimos dias do seu mandato, o ex-prefeito concordou com a medida e aceitou que o pagamento fosse realizado, incluindo a citada “dívida”, na ordem de pagamento dos precatórios. A medida foi interpretada como uma “última cartada” para a Prefeitura conseguir repassar pelo menos parte do valor pleiteado pela empresa de ônibus após a pandemia.

Em março de 2024, Neider havia retirado da Câmara Municipal um projeto de lei que garantiria o repasse, em valores atualizados, à Viasul, como reequilíbrio econômico-financeiro do contrato com a concessionária.

A retirada do PLO 21/2024 ocorreu após os vereadores terem sido convidados para uma audiência de conciliação no Fórum de Itaúna, quando ficou decidido pela suspensão das multas diárias aplicadas à Viasul, por descumprimento no quadro de horários e retirada de coletivos da frota. Na ocasião, o Executivo pretendia enviar à Câmara um projeto de suplementação orçamentária, de forma a reequilibrar o contrato com a Viasul.

2 thoughts on “Município pede anulação de acordo de R$ 18 milhões com a Viasul

  1. O que a Prefeitura junto com a Câmara deveriam fazer é meter o pé na b*nda dessa Viasul/imundície/Saritur e varrer essa praga da cidade. De vez por todas.

  2. Um absurdo as condições que os usuário vivem janelas soltas que fazem um barulho infernal acentos rasgados sujos pessoas idosas tem dificuldades ao subir devido a altura das escadas serem alta de mais pior um calor infernal colocar um ar condicionado seria o ideal já que a passagem é uma das mais cara do Brasil tem que colocar ônibus descente pois somos usuários e temos que ter dignidade e um absurdo criança pagar passagem para irem estudar isso é um absurdo alguma coisa tem que ser feita

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