A produção de ferro-gusa das usinas independentes de Minas Gerais encerrou 2024 com queda de 3,2% em relação a 2023, segundo dados do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer). Apesar do resultado, a baixa foi menor do que a prevista: o Sindifer projetava uma redução de 5% na produção anual. O desempenho reflete uma menor demanda do mercado doméstico, já que as exportações avançaram. Cerca de 70% do volume foi vendido ao exterior, sendo Estados Unidos (85%) e Países Baixos (10%) os principais destinos.
Para 2025, as usinas de ferro-gusa do estado devem recuperar o prejuízo, conforme a expectativa da entidade, que projeta um crescimento na produção de aproximadamente 10%. O Sindifer espera uma melhora na demanda do mercado interno e uma valorização do ferro-gusa.
Em entrevista do Diário do Comércio, o presidente da entidade, Fausto Varela Cançado, diz que as estimativas de 2024 apontaram para cerca de 3,8 milhões de toneladas produzidas no período. Internamente, as vendas alcançaram as fundições e aciarias do Brasil inteiro. O movimento de novembro e dezembro ajudou a amenizar a expectativa de queda ao longo do ano passado.
“O resultado não foi o que gostaríamos, porque nosso objetivo era fechar 2024, pelo menos, com a mesma quantidade produzida de 2023, mas conseguimos diminuir a queda”, aponta.
Segundo Cançado, entre os desafios enfrentados pelas usinas independentes no ano passado, além da concorrência com o mercado de sucata, está a redução do preço do ferro-gusa. A cotação vinha com uma tendência de baixa iniciada em 2023, apresentou uma ligeira recuperação no início de 2024, mas voltou a cair novamente.
O executivo explica que o impacto da diminuição do preço no setor foi, em parte, amenizado nos últimos meses do ano com a desvalorização do Real frente ao Dólar.
PORTO FECHADO TROUXE INSEGURANÇA A suspensão das atividades do Terminal de Aroaba, próximo à Vitória, no Espírito Santo, trouxe insegurança. A infraestrutura era usada para armazenar o ferro-gusa – que sai das usinas mineiras para exportação – até a chegada do navio, uma “retroárea” do Porto de Paul, em Vila Velha. O terminal foi fechado em agosto, em razão de um litígio na Justiça envolvendo a Vale, proprietária, e a antiga empresa arrendatária da operação.
“Foi um problema que se agravou e gerou muita insegurança no setor. Tivemos que remanejar navios, buscar alternativas para suprir as compras que tinham sido feitas e, em muitos casos, até adiar navios. Isso criou um transtorno muito grande”, enfatiza.
O presidente do Sindifer ressalta que a situação está se normalizando. Segundo ele, a mineradora resolveu o problema e arrendou a infraestrutura para outra companhia, que já assumiu os trabalhos. (com informações do Diário do Comércio)