Drones contra a dengue identificam criadouros do Aedes aegypti

Para ajudar no combate à dengue, zika e chikungunya, o Governo de Minas investe no uso de drones para mapear e tratar os locais com acúmulo de água parada que possam se tornar criadouros do Aedes aegypti e, dessa forma, auxiliar na redução do número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito. Os drones permitem a identificação de áreas de difícil acesso, como caixas d’água e piscinas descobertas, e possibilitam a aplicação precisa de larvicidas. Para a contratação do geomonitoramento foram destinados R$ 30 milhões. Em municípios com menos de 30 mil habitantes, os recursos foram repassados aos Consórcios Intermunicipais de Saúde, que gerenciam o serviço.

Em Igarapé, na Grande BH, a ação resultou na inspeção de 206 hectares e na identificação de 562 possíveis criadouros, incluindo 40 caixas d’água destampadas. O prefeito de Igarapé, Arnaldo Chaves (PP), afirma que a tecnologia mostrou resultados significativos e trará benefícios duradouros no combate ao mosquito da dengue.

“Com meios e ferramentas adequados e eficientes, vamos continuar avançando nesse enfrentamento”, diz.

Segundo o diretor do Departamento de Zoonoses de Igarapé, Giovanni Barbosa, o mapeamento resultado na tornou a ação dos agendes de endemia mais “direcionada e eficaz”. “No período de um ano, registramos uma redução de 96% dos casos nas áreas mapeadas”, relata.

A estratégia é fruto da política Vigidrones, criada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que está sendo implementada nas 28 Unidades Regionais de Saúde (URS) de forma gradual, para otimizar o trabalho dos Agentes Comunitários de Endemias (ACE) dos municípios.

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, os resultados iniciais são promissores.

“Observamos uma significativa eliminação de focos de água parada e do vetor nos municípios que iniciaram o mapeamento”, destaca, ressaltando a relevância da tecnologia. “Minas está liderando o uso de recursos avançados para prevenir epidemias de dengue e gerenciar emergências de saúde pública”.

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), aponta o pioneirismo do estado, primeiro do Brasil a adotar a estratégia.

“Estamos avançando de forma inédita no enfrentamento ao Aedes aegypti”, salienta.

MAPAS DE CALOR E ÁREAS CRÍTICAS Os dados coletados são armazenados em um sistema georreferenciado, permitindo aos ACE e profissionais de saúde a criação de mapas de calor que identificam áreas críticas. A SES-MG também promove capacitações para garantir a utilização eficiente da tecnologia. Além disso, um painel de monitoramento será lançado em breve, fornecendo um balanço detalhado dos resultados.

E MAIS…
20% a 25% dos focos não são detectados pelos agentes de endemias

Em 2024, 394 cidades foram atendidas, com 45 mil hectares mapeados e a identificação de mais de 100 mil potenciais criadouros. Estima-se que 20% a 25% dos focos não são detectados pelos ACE, reforçando a importância do uso da tecnologia.

Mapeamento acompanhado por regionais

A coordenadora do Departamento Saúde Única do Icismep, que atende as Regionais de Belo Horizonte e Divinópolis, Eduarda Portela, explica que todas as etapas do processo são acompanhadas por eles, de modo a garantir a efetividade dos resultados. “Entre julho e dezembro acompanhamos o mapeamento de 69 municípios das duas Regionais, contando as cidades contempladas pelo consórcio e as que receberam o recurso diretamente do estado. Auxiliamos na elaboração dos planos de trabalho, participamos das capacitações das equipes e atuamos no monitoramento para que o processo tenha continuidade e os resultados sejam avaliados em conjunto”, detalha.

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