Com 84% dos atendimentos voltados à pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital de Itaúna apresentou um superávit financeiro de R$ 265 mil em 2024. Apesar do resultado positivo, a instituição produz mais do que a lei exige e não recebe por isso. O alerta foi dado na reunião da Câmara Municipal desta terça-feira (8), onde representantes do Manoel Gonçalves fizeram uma prestação de contas da instituição. Em 2024, o hospital produziu R$ 2,6 milhões a mais do que o SUS paga. “E essa produção a mais, não será pago. Na Oncologia, produzimos R$ 140 mil a mais, que podem ser pagos. No caso das internações, não será pago. Ou seja: o hospital está produzindo a mais, gastando a mais e não tem chance de receber. Pelo menos nas regras atuais”, ressaltou o provedor Antônio Guerra, acompanhado do diretor financeiro Samuel Herculano e do administrador Ronaldo Oliveira.
Na visão de Guerra, em vez de outro hospital, a cidade deveria pensar em melhorar o atendimento e a capacidade de acolhimento do hospital. O provedor apontou a necessidade de se atualizar o contrato com a Prefeitura para a gestão do Pronto Socorro, que ficou defasado. Oliveira também ressaltou a necessidade de uma repactuação do Plano Operativo Anual (POA) de despesas junto ao Município. Hoje, são 152 leitos voltados ao atendimento de pacientes da microrregião de Itaúna, Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema.
“Itaúna é uma cidade razoavelmente bem financeiramente, com captação boa de recursos. A Prefeitura, deveria, junto ao SUS, reclamar esse patrocínio, sem considerar o valor financeiro. A quantidade liberada para Itaúna é a mesma há muito anos. Deveríamos trabalhar com o dobro”, argumenta Guerra.
Oliveira disse que é preciso que o estado e a população consiga ajudar a bancar o hospital, porque a saúde é um problema de todos.
“Estamos lá fazendo o trabalho que nos compete para manter aquilo aberto da melhor maneira. E a gente só tem esse hospital aqui. O prefeito e o secretário tem demonstrado uma parceria importante”.


CREDIBILIDADE Líder da base governista, o vereador Dalmo de Assis (PRD) ressaltou que com a demora no tempo de atendimento, o hospital perde a credibilidade. “Muitas pessoas estão desacreditadas, o também pode acontecer conosco. Mas temos de fazer um esforço para que essas medidas sejam sanadas”, cobrou o parlamentar.
Guerra respondeu afirmando que a Fundação Dom Cabral (FDC) tem feito um trabalho de gestão corporativa no hospital, com uma jornada do paciente que monitora o tempo de atendimento.