Em carta divulgada nesta segunda-feira (12), um grupo de 14 médicos internistas do Hospital Manoel Gonçalves anunciou uma paralisação de atendimentos “não urgentes” e um aviso de “paralisação total dos serviços” em 30 dias. Os profissionais, que prestam assistência à pacientes internados que evoluem com intercorrências, apontam preocupação no atraso de salários referentes aos meses de fevereiro, março, abril e maio de 2025. Segundo eles, não receberam qualquer “previsão concreta” de regularização dos valores, havendo apenas “promessas nas duas últimas semanas”. Após a repercussão, o HMG divulgou nota no stories do Instagram afirmando que os médicos que prestam serviço ao hospital receberam os pagamentos na sexta-feira (9). A quitação, feita por intermédio de uma empresa, que realiza o repasse aos médicos, teria sido viabilizada pela antecipação de recursos por parte da Prefeitura de Itaúna. “A direção já está em diálogo com os profissionais para esclarecer eventuais dúvidas”, acrescenta a nota.
Em meio ao imbróglio, o secretário Municipal de Saúde de Itaúna, Alan Rodrigo, gravou um vídeo explicando que o HMG é um hospital particular, que tem gestão de recursos e de pessoas de forma independente. Alan afirma que a Prefeitura é uma contratante dos serviços, seja no Pronto Socorro ou no hospital, e tem cumprido o seu papel em fiscalizar o contrato e realizar os pagamentos de maneira pontual.
“O hospital é responsável pela própria gestão. Cabe a Prefeitura o repasse financeiro, que tem acontecido, e a fiscalização da execução desse contrato”, explica o secretário de Saúde.

No vídeo, o secretário Municipal de Finanças, Leandro Nogueira Araújo, confirma a antecipação do repasse da Prefeitura ao HMG na sexta-feira. Diz ainda que a antecipação também havia ocorrido em abril, a pedido da direção do hospital.
“A gestão determinou que a secretaria priorize os pagamentos ao hospital para não ter prejuízo no atendimento”, aponta.
PARALISAÇÃO COMPLETA Na carta, dirigida à administração do Hospital Manoel Gonçalves de Souza, Prefeitura Municipal de e Conselho Curador do hospital, os médicos internistas afirmam ainda que caso não haja regularização dos pagamentos no prazo 30 dias, a equipe paralisará completamente as atividades médicas, inclusive nos setores de urgência e emergência. A categoria ressalta que o não repasse dos pagamentos devidos afronta o Conselho Federal de Medicina, que dispõe no parecer CFM nº 8/2008 e na resolução CFM nº 2.134/2015 que os médicos têm o direito de reivindicar condições mínimas para o exercício da profissão, incluindo remuneração adequada e o direito de paralisação dos serviços, desde que garantido o atendimento das urgências e emergências, resguardando sempre o bem-estar dos pacientes.