Colégio de Itaúna diz em comunicado que bandeira LGBTQIA+ e unicórnio são símbolos “anti-família”

@viuitauna

Em um comunicado direcionado a pais de alunos, o Colégio Recanto do Espírito Santo, em Itaúna, emitiu no dia 12 de janeiro comentários alertando para símbolos apontados como “anti-família” em estampas, cores e personagens utilizados em mochilas, estojos e cadernos estudantis. De acordo com a instituição, a proximidade do ano letivo é momento oportuno para refletir sobre a influência da moda nos materiais escolares. A escolha dos itens, aponta, pode impactar valores e a formação das crianças.

“As principais ideologias anti-família tem feito de tudo para se instalar em nosso meio e utilizam, principalmente, os materiais infantis e com estampas que parecem ingênuos. O arco-íris que é um símbolo da aliança de Deus com seu povo foi raptado pela militância LGBT, que o utiliza em suas bandeiras que têm, atualmente, seis cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, anil e violeta”, sustenta o comunicado, mostrando ao lado uma foto da bandeira LGBTQIA+.

A publicação ganhou repercussão nas redes sociais em Itaúna nesta segunda-feira (17) e também foi tema de matéria no jornal O Tempo. Conforme o comunicado, os pais devem entender que “a escolha dos itens escolares também faz parte da formação das crianças”. A figura do unicórnio, sempre apresentada como “doce e encantadora”, e estampas com o rosto de Che Guevara, podem representar um “risco”, alerta o colégio.

Em junho do ano passado, integrantes da Frente Povo sem Medo e da Frente Brasil Popular protestaram em frente à instituição, na Av. Gabriel da Silva Pereira, depois um post responsabilizar a vítima por estupro devido à forma como se veste. Na ocasião, o Recanto do Espírito Santo alegou ter havido um engano na publicação, pedindo desculpas. O post foi apagado antes de o caso ganhar as manchetes nacionais.

UNICÓRNIO E GÊNERO “NÃO BINÁRIO” Desta vez, a carta segue afirmando que a figura do unicórnio tem origem diversa, mas o perigo é o que ele “representa atualmente”, pois também é utilizado por personalidades para identificar alguém de gênero “não binário”, que não se identifica como homem, como mulher e nem mesmo como um transexual.

“Ou seja, não se enquadra em nada e vive totalmente sem padrões. Resumindo, é mais um símbolo contrário à lei natural, contrário aos planos de Deus”, sustenta o colégio.

Como exemplo do “perigo” do unicórnio, o comunicado aponta o Shake Unicórnio, lançado pelo Burger King em 2018 para a parada gay de São Paulo. Na ocasião do lançamento, a rede de fast-food disse que abraçar a diversidade estava no DNA da marca.

“Você já deve ter entendido como é grave embarcar na moda sem questioná-la”, conclui o texto.

OUTRO LADO O @viuitauna procurou o Recanto do Espírito Santo solicitando um posicionamento e perguntando se o colégio tomaria algum tipo de providência caso algum aluno frequentasse as aulas com materiais com os símbolos apontados. A assessoria de comunicação da escola respondeu por e-mail afirmando que o comunicado “foi divulgado aos pais dos nossos alunos, que terão todas as orientações necessárias, caso tenham alguma dúvida”. Mais cedo, via WhatsApp, um dos diretores da instituição, André Silas, disse que “não estamos dando publicidade/rendendo boatos e distorções”.

Também procurado, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) não retornou até a publicação. Tão logo e caso se manifeste, a matéria será atualizada.

5 thoughts on “Colégio de Itaúna diz em comunicado que bandeira LGBTQIA+ e unicórnio são símbolos “anti-família”

  1. Sou pai responsável e protetor de minhas filhas. Sempre oriento elas para que sejam o que Deus as formaram, ou seja, mulheres naturais. Não tenho nada contra quem deseja ser o contrário do natural. Mas não admito que influencie as minhas descendencias.

  2. Penso ser um assunto que só interessa aos pais dos alunos. Na vida só não escolhemos a família que vamos nascer. As outras escolhas se adequam de acordo as instituições que participamos. Nem a favor nem contra, apenas respeito. E assim penso que deveria ser o mundo: mais respeitoso.

  3. Concordo com escola, se eu morasse em Itaúna meus filhos estudariam nessa escola.
    Obs: Não sou bolsonarista nem lulista, que que os dois se ferrem!

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