@viuitauna
Apesar da promessa de regularizar a situação em 30 dias, feita em maio, a poluição gerada por uma siderúrgica em Itatiaiuçu continua denunciada por moradores. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), o empreendimento possui processo de licenciamento em andamento e solicitou a celebração de novo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em análise pelo órgão. Ao @viuitauna, a empresa nega ter sido multada em outubro do ano passado e diz que o cronograma para resolver a situação “já está em fase de conclusão”.
A 3ª Promotoria de Justiça de Itaúna do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou notícia de fato para apurar os fatos. Segundo o órgão, a Superintendência Regional de Meio Ambiente (SUPRAM) e a Prefeitura de Itatiaiuçu foram oficiadas para que tomem providências no âmbito de suas competências.
Em outubro do ano passado, a siderúrgica foi fiscalizada pelo órgão da SEMAD. Além de operar sem licença/autorização ambiental válida, foram constatadas significativas emissões de gases e particulados fugitivos pelas estruturas do alto forno e seus periféricos, bem como nas chaminés dos sistemas de exaustão.
“Na data da fiscalização, a empresa encontrava-se operando com base em um Termo de Ajustamento de Conduta assinado em 17/07/2019 com validade de dois anos. Porém, além de vencido, o referido TAC ainda estava sob a titularidade da empresa antecessora, Siderúrgica Setegusa Eireli. Diante das apurações, a empresa foi autuada por funcionar sem a devida regularização ambiental e por causar poluição atmosférica, cujo somatório das duas multas resultou no valor de R$ 133.306,335”, afirma a SEMAD em nota, ao @viuitauna.
Ainda segundo a SEMAD, como medida administrativa adicional houve a suspensão das atividades da empresa até a regularização ambiental junto à SUPRAM Central Metropolitana. Em março de 2022, o órgão concluiu pela necessidade de implantação de planos de ação de combate à poluição atmosférica pelas empresas fiscalizadas e acompanhamento pelos órgãos competentes.
EQUIPAMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DAS EMISSÕES A São Jorge Siderurgia, sustenta, por sua vez, que não recebeu notificações e multas e argumenta que as reclamações de emissão de particulados ocorreram a partir de março, quando a empresa iniciou os testes de funcionamento. A empresa diz que o cronograma para resolver a situação “já está em fase de conclusão” e instalou em bairros adjacentes o equipamento Hi-vol, que auxilia na identificação das emissões.
O @viuitauna questionou a assessoria de comunicação da empresa sobre quais itens dos planos de ação à poluição atmosférica foram executados, bem como o número de filtros de gases em operação, qual o percentual apurado de redução na emissão de particulados desde maio e quais equipamentos da planta ainda necessitam ser ajustados. Contudo, não obteve resposta a respeito.
“Além do planejado, a empresa adquiriu exaustores/ventiladores que estão em fase de instalação, com o propósito a sucção do pó, que passará por um lavador e posteriormente será encaminhado para uma caixa de decantação, a fim de minimizar os possíveis efeitos”, afirma, salientando que o parque siderúrgico ficou desativado por anos. “Com a retomada pela São Jorge Siderurgia, após arrendamento em 2021, é necessário alguns ajustes para eficiência dos equipamentos e, durante a adaptação, é possível emissões pontuais que já estão em fase de resolução”, acrescenta a siderúrgica.
MUNICÍPIO NEGA RESPONSABILIDADE Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Itatiaiuçu não emitiu resposta até a publicação. Em entrevista à TV Record, a secretária Municipal de Meio Ambiente, Samanta Borges, disse que o Município não tem responsabilidade para licenciar e fiscalizar a situação.
“Claro que temos a competência paralela. A responsabilidade é esfera estadual”, declarou.
SAIBA MAIS:
Empresa foi denunciada 11 vezes em 2022
Em consulta ao Sistema de Denúncias e Requisições Ambientais, a SEMAD identificou 11 denúncias relacionadas à poluição atmosférica causada pela empresa São Jorge Siderúrgica, registradas entre os dias 4 de março e 27 de maio deste ano. Todas, segundo a secretaria, foram concluídas mediante fiscalização e providências administrativas adotadas pelo Núcleo de Controle Ambiental da SUPRAM. “Devido à diversas denúncias e requisições, a SUPRAM Central Metropolitana realizará nova fiscalização na empresa ainda nesta semana”, promete.
Não suportamos mais tanta poluição e exigimos providências dos órgãos competentes..
Todo processo precisa de ajustes.
Deixa a siderúrgica trabalhar.
Pessoal de Itatiaiuçu esqueceu como ficou a cidade no período em que ela ficou fechada, até que a Usininas instalou na região.
Por anos a extinta S.S.S.I deixou de ser a maior fonte de renda dos cidadãos de lá e transformou se num fantasma de aço logo na entrada da cidade
Deixem a Siderúrgica operar.
O processo não resolve da noite pro dia