@viuitauna
Apontando cerca de R$ 11 milhões em dívidas e um déficit mensal que agora chega aos R$ 730 mil, com a assinatura da “Lei do Piso” para profissionais de enfermagem, o conselho curador do Hospital Manoel Gonçalves apresentou carta de renúncia na última quinta-feira (1º), expondo a situação insustentável da instituição, que atende a microrregião de Itaúna – incluindo Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema. Hoje, 79% da prestação de serviços da Casa de Caridade é voltada à pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja remuneração está congelada há 14 anos.
Além de uma defasagem de 600% na tabela do SUS, a situação insustentável é agravada pela redução na realização das cirurgias eletivas, o aumento das cirurgias de urgência, que deixam de ser pagas pelo SUS, e a obrigatoriedade do Programa Valora Minas – com médico pediatra 24 horas/dia e médico cardiologista de sobreaviso, o que acrescenta um custo mensal de R$ 143 mil. Durante a reunião também foram apontados a habilitação da unidade de AVC, que gera aumento no custo mensal de R$ 101.785 e a necessidade de funcionamento do bloco cirúrgico da maternidade recém entregue, com custo de cerca de R$ 180 mil.
Outra questão informada no documento lido na reunião do conselho curador e encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) aponta o custo da dívida já existente, que está em R$ 10.483.786,99 e gera despesa mensal com juros bancários de R$ 160 mil, mais o custo da amortização, de R$ 160 mil. Somados, os custos são de cerca de R$ 1,5 milhão ao mês.
De acordo com o provedor, o médico Augusto Machado, o financiamento da saúde deveria ser público, mas os repasses não são suficientes para custear o funcionamento do hospital de Itaúna e agora, “menos ainda”. Perguntado sobre qual é a solução para os problemas, Machado apontou que o poder público (municipal, estadual e federal) deveria assumir o custo de funcionamento. Para ele, a alteração do estatuto para buscar financiamentos via incentivo fiscal (Lei Rouanet, por exemplo), não é a solução.
“Acho mais do que justo o piso (da enfermagem), porém é preciso ter uma fonte para sustentar esses custos”, ressaltou, conforme publicado pelo jornal Folha do Povo.
“SOCORRO” DO MUNICÍPIO Machado explicou que a Prefeitura chegou a efetuar os três repasses de R$ 450 mil como forma de subvenção ao Manoel Gonçalves, mas a promessa de estender o pagamento por mais três meses não foi renovada. O repasse de R$ 100 mil anunciado pela Câmara Municipal não chegou.
Com a renúncia do conselho curador, uma comissão foi sugerida com a participação de Francisco Mourão, Maurício Nazaré, Afonso Henrique e o administrador, Belmiro Filho. Porém, Machado deverá assinar em nome da provedoria os atos até 29 de setembro, data provável em que acontecerá a eleição de uma nova equipe administrativa do hospital. Nos próximos dias deverá ser publicado o edital de convocação das novas eleições, com prazo de dez dias.
POSIÇÃO OFICIAL Procurado pelo @viuitauna, o Marketing do Manoel Gonçalves não se manifestou até a publicação.
É realmente um absurdo o Hospital Manoel Gonçalves, nunca sair do vermelho.
Sempre entrando verbas parlamentares de Deputados, Vereadores, Prefeitura, Universidade de Itaúna, Câmara Municipal e sei lá se mais Entidades que tem piedade e ainda ajudam.
Lastimável e ninguém entende agora um défit de R$ 730.000,00 mensal.
Pra onde está indo esse dinheiro meu povo?
Tá certo que a demanda é muito grande e atendendo uma região é difícil e sustentar.
Na minha opinião se umas três ou quatro cidades se juntarem para a construção de um novo hospital, seria mais fácil atender uma demanda de pacientes e deixar o Manoel Gonçalves de lado.
Adiantou por acaso a família Mendes Nogueira construir um bloco gigante e não ter dinheiro o suficiente para administrar o hospital? Claro que não.
É uma vergonha pra Itaúna-MG tamanha incompetência de administradores que somente apresentam o vermelho nas contas.