Prefeitura decreta calamidade pública e contrata consultoria para análise financeira do Manoel Gonçalves

@viuitauna

Com o risco de paralisação de serviços no Hospital Manoel Gonçalves, a Prefeitura contratou uma consultoria privada para fazer uma análise financeira da instituição. Nesta quinta-feira (6), decreto publicado no Jornal Oficial do Município estabeleceu estado de calamidade pública no setor hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) de Itaúna. O ato abre caminho para o Município assumir provisoriamente a gestão do hospital, após a provedoria renunciar diante de uma situação insustentável.

As informações são de que o prefeito Neider Moreira (PSD) autorizará um aporte de R$ 2 milhões de recursos públicos na instituição, para colocar a situação financeira em dia e não deixar que serviços sejam suspensos. A assessoria de comunicação da Prefeitura afirma, porém, que o valor teto do subsídio ainda não foi definido. Uma reunião na próxima terça-feira (11), com a consultoria Pró Saúde, discutirá os termos.

“A Prefeitura tem um subsídio legal de mais praticidade para socorrer o hospital, seja com recursos, se for preciso contratações. Em um primeiro momento esse é um socorro rápido e mais fácil para o hospital”, explicou ao @viuitauna a assessoria de comunicação do Município.

Apontando cerca de R$ 11 milhões em dívidas e um déficit mensal que agora chega a R$ 1,45 milhão, após a assinatura da “Lei do Piso” para profissionais de enfermagem, o conselho curador do Hospital Manoel Gonçalves apresentou carta de renúncia em 1º de setembro, expondo a situação insustentável da instituição, que atende a microrregião de Itaúna – incluindo Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema.

COMISSÃO PROVISÓRIA BUSCA SAÍDA Como não houve chapa disposta a assumir a direção do hospital na assembleia ocorrida na última semana, uma comissão composta pelo presidente da Câmara Municipal de Itaúna, vereador Alexandre Campos (DEM); o presidente da CDL de Itaúna, Maurício Nazaré; o ex-provedor e médico Augusto Machado; e o secretário Municipal de Saúde, Fernando Meira, passou a buscar saídas para a crise financeira.

Conforme o jornal Folha do Povo, a saída imediata encontrada pelo grupo foi a de o prefeito decretar estado de calamidade e a Prefeitura assumir a direção da instituição.

LEIA A NOTA DIVULGADA PELA PREFEITURA:

Diante de todas as dificuldades expostas pela Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira nos últimos dias, a Prefeitura de Itaúna tomou as primeiras medidas para contingenciamento da crise que se abate sob o Hospital. Por meio do Decreto 7.993 (de 6 de outubro de 2022), o Município declarou estado de calamidade em saúde pública no setor hospitalar do Sistema Único de Saúde da cidade. Tal ação permite medidas extraordinárias a fim de manter assistência adequada aos cidadãos, dentre elas repasses, contratações e outros auxílios, dentre outras. Além disso, se necessário, a requisição mediante contratação de serviços públicos ou particulares para complementar o atendimento já prestado.

Enquanto perdurar a situação, ficam requisitados pela SMS os bens, serviços e servidores à disposição da Casa de Caridade, além do Secretário de Saúde poder autorizar e promover compras emergenciais de equipamentos, medicamentos, insumos e suprimentos, contratação temporária de pessoal, em caráter excepcional, com vistas a suprir as necessidades de atendimentos. Outra medida de socorro foi o repasse emergencial de R$ 2 milhões realizado hoje (7), como aporte ao hospital, para quitação de dívidas urgentes, pagamento de fornecedores em atraso, folha de pagamento de médicos, laboratórios, e outras despesas porventura necessárias.”

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