@viuitauna
Símbolo do desenvolvimento industrial de Itaúna no século XX, a chaminé da antiga Cia Industrial Itaunense, na Rua Zezé Lima, no Centro, será desmontada pela empresa proprietária do terreno. A justificativa é o estado precário de conservação da estrutura, com rachaduras e risco de quedas de tijolos do topo. A chaminé foi considerada uma ameaça à segurança da população e após reunião com o Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna (Codempace), foram providenciados laudos para demolição.
De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa da J.Mendes, empresa responsável, o Codempace solicitou o resgate e a preservação da memória histórica da chaminé por meio de uma maquete, que será adquirida pela empresa, afirma a Prefeitura. A réplica terá um memorial descritivo da história, que será apresentado à escolas e instituições de Itaúna, explicaram ao @viuitauna o secretário Municipal de Cultura e Turismo, Ilimane Joe, e a presidente do Codempace, Bárbara Lima. Desta forma, a pasta espera que a memória “continue viva”, transmitindo a importância da chaminé para as próximas gerações.
Além do risco de acidentes, com desabamento dos tijolos, já sem rejunte viável na parte superior, outros argumentos listados para a demolição, durante a reunião, são a ação de vândalos e a degradação do tempo no local, o que exigiu uma “tratativa imediata” por parte dos proprietários do imóvel, argumenta a empresa em nota publicada pelo jornal Folha do Povo. Atendendo solicitação da Prefeitura, foram providenciados laudos de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e Licença de Demolição junto à Prefeitura, além da interdição das vagas de estacionamento do quarteirão da Rua Zezé Lima ao lado da chaminé.
Na manhã desta quinta-feira (2), a reportagem questionou a J.Mendes como será realizada a demolição da chaminé e se o projeto de um shopping no local, apresentado em janeiro de 2014, será retomado. O @viuitauna perguntou à empresa ainda se há a intenção de um heliporto na área da antiga fábrica, como vem sendo comentado na cidade. Até a publicação, a empresa não respondeu as questões. Caso se posicione, a matéria será atualizada.
LEIA A NOTA DIVULGADA PELA J.MENDES:
“Itaúna/MG, 01 de fevereiro de 2023.
O Grupo J. Mendes informa a toda população Itaunense que o CODEMPACE – Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna evidenciou em Ata durante a 156ª (centésima quinquagésima sexta) reunião ordinária, datada de 11/janeiro/2023 que “a chaminé está em um estado precário de conservação, visto que não há manutenção. Os tijolos, em sua parte superior, já não possuem um rejunte viável, fazendo com que eles caiam inesperadamente, o que vem a prejudicar a segurança das pessoas que por ali circulam”. “Através de fotos e vídeos, foi demonstrado aos conselheiros CODEMPACE a situação atual da chaminé, e constatou o risco de queda, visto que alguns tijolos já se soltaram apresentando rachaduras de tamanho preocupante”.
Alvo de vândalos, degradada pela ação do tempo e localizada em região nobre da cidade (no quarteirão das Ruas Manoel Gonçalves, Zezé Lima, Josias Machado e Avenida Dona Cota) a chaminé foi considerada uma ameaça à segurança da população exigindo tratativa imediata por parte dos proprietários do imóvel.
Mediante situação foram providenciados ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, Licença de Demolição junto à Prefeitura Municipal e interdição parcial da via pública Zezé Lima (próxima à chaminé).
Mediante solicitação CODEMPACE será providenciado o resgate e preservação da memória histórica através de maquete representativa de como era a chaminé acrescida de um memorial descritivo adjunto da história do bem de modo que a memória e os aspectos especiais da chaminé continuem vivos transmitindo o fator de sua importância de geração para geração.
Assessoria de Imprensa
J. Mendes”
E MAIS…
Chaminé foi anunciada como parte de projeto de shopping
Apresentado à imprensa em janeiro de 2014, o projeto do Pátio Itaúna previa três pavimentos, sendo o terceiro andar destinado à praça de alimentação, área de games e salas de cinema, além de três subsolos de estacionamento. Seria construído também um hotel de oito pavimentos com 96 acomodações e uma área de eventos de 460m2. A incorporadora responsável pelo empreendimento na época destacou que o mall seria implantado “respeitando os alinhamentos atuais do antigo galpão existente (já demolido) e o cuidado com a preservação da chaminé da extinta Cia Industrial Itaunense por sua importância histórica e socioeconômica, além da execução de parte das fachadas laterais com o desenho replicando os sheds dos galpões existentes”. O investimento anunciado na época era de R$ 65 milhões e a previsão era de que o centro de compras geraria cerca de 500 vagas de empregos diretos e mil indiretos.