Após a repercussão da morte de uma criança de Itatiaiuçu, que faleceu dois dias antes de completar três anos da idade, aguardando por um leito no Hospital Manoel Gonçalves, a instituição afirmou ao @viuitauna nesta terça-feira (27) que todos os procedimentos de atendimento cumpriram os protocolos médicos assistenciais. Segundo o hospital, apesar da gravidade do caso “não foram medidos esforços para que a vida da menina fosse preservada”.
A pequena Thayla Heloisa Roberto Gomes Silva foi encaminhada pelo SAMU para a Sala Vermelha do hospital de Itaúna depois de ter sido levada por duas vezes à Policlínica de Itatiaiuçu, apresentando quadro de febre. Após exames de sangue e urina foi constatada uma possível pneumonia ou dengue hemorrágica, segundo a mãe.
De acordo com o provedor do HMG, Maurício Nazaré, a criança foi atendida na Sala Vermelha e entubada até que fosse possível uma transferência para unidade hospitalar que atendesse com UTI pediátrica. Contudo, a criança apresentou duas paradas cardiorrespiratórias, vindo a falecer na manhã de 19 de junho, um dia após ter dado entrada na policlínica do município vizinho. O hospital de Itaúna, acrescenta Nazaré, não possui leitos de UTI pediátricos.
“O Hospital Manoel Gonçalves lamenta o ocorrido e manifesta profundo pesar a família”, afirmou Nazaré.
Pelas redes sociais, a Prefeitura de Itatiaiuçu também lamentou a morte de Thayla. A secretária de Saúde da cidade, Edinelle Vieira da Silva, declarou à rádio Itatiaia que a equipe médica acionou o Hospital Manoel Gonçalves, mas recebeu a resposta de que a unidade não aceitaria a paciente por falta de leito. Por isso, a criança foi levada para Itaúna como um caso de emergência, pelo SAMU.
ENTIDADE FILANTRÓPICA Um post publicado pelo HMG nesta segunda-feira (26) no Instagram ressalta que a instituição é filantrópica. Ou seja, uma entidade privada sem fins lucrativos, contratada por gestores públicos para prestar serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Como nosso hospital é uma fundação filantrópica, certificada pelos governos municipais, estadual e federal com habilitação para atender o SUS em aproximadamente 80% de sua capacidade instalada e a tabela para pagamento desses procedimentos prestados ao SUS não é reajustada desde 2008, o déficit da operação do hospital é gigantesco, havendo portanto a necessidade de realização de convênios com os governos, municipal e estadual, além da captação de recursos com empresas e a população local e regional para se manter e reestruturar-se”, explica o Hospital Manoel Gonçalves.
A publicação acrescenta que na maioria das vezes os recursos repassados e arrecadados são insuficientes para cobrir todos os custos e despesas, sendo necessário uma gestão profissional eficiente, pautada por governança corporativa e governança clínica.