A queda de um helicóptero com quatro pessoas no Lago de Furnas, em Capitólio, ocorreu dois anos após uma tragédia que chocou Minas Gerais e todo o país. Em 8 de janeiro de 2022 um talude se desprendeu dos cânions de Capitólio, atingiu três lanchas e matou dez pessoas. Outras 27 ficaram feridas. No acidente na manhã desta terça-feira (2), três das quatro pessoas transportadas pela aeronave foram resgatadas e encaminhadas para atendimento médico-hospitalar. Um homem de 44 anos morreu no local. O corpo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal em Passos, para ser submetido ao exame de necropsia.
Uma equipe de policiais civis e da perícia oficial foram deslocados para realizar os primeiros levantamentos e a coleta de vestígios que subsidiarão a investigação. A Polícia Civil afirma, por meio de nota, que atua em conjunto com o Corpo de Bombeiros no atendimento às vítimas.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, Julia Mendonça Silva Bernardes, de 22 anos, foi encaminhada para a Santa Casa de Misericórdia de Piumhi, com dores pelo corpo e sem suspeita de fraturas. Já o piloto, Lucas Chaves Ávila, também foi levado para o mesmo hospital, com suspeita de fratura na coluna, porém sem informações de qual a gravidade da lesão. A terceira vítima foi levada pelo SAMU para atendimento em Passos e segundo relatos estaria sem o movimento nos membros inferiores.
O helicóptero não tinha autorização para realizar táxi-aéreo, afirma a rádio Itatiaia. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave foi fretada para passeio, já tinha feito um ou mais voos antes e tinha agenda para outros voos durante o dia. A informação vai de encontro com o registro do helicóptero na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que afirma que a aeronave tinha a operação de táxi-aéreo negado. Ou seja, o serviço estaria sendo feito de forma ilegal. Apesar de não ter autorização para voos fretados, o helicóptero poderia ser utilizado para serviços particulares, já que sua situação de aeronavegabilidade consta como ‘normal’ nos registros da Anac.
Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) informou que foi acionado para atender a ocorrência e que o caso vai ser investigado.
SEM RESPONSABILIDADE HUMANA Alguns meses depois do desabamento dos cânions, o inquérito da Polícia Civil concluiu pelo não indiciamento de nenhuma pessoa. Conforme os estudos feitos pelo órgão, a queda do bloco de rocha foi ocasionada por fenômenos naturais, sem responsabilidade humana.
O local em que houve o desabamento voltou a ser aberto meses depois do acidente. Novas regras foram estabelecidas, como as embarcações manterem uma distância mínima dos paredões. Uma equipe de geólogos passou a avaliar, frequentemente, a estabilidade dos blocos.